google.com, pub-8049697581559549, DIRECT, f08c47fec0942fa0 HORTA E FLORES: junho 2017

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Doenças da Berinjela



A berinjela é uma das espécies mais rústicas entre as hortaliças pertencentes à família Solanaceae. Mesmos assim, é suscetível a algumas doenças que podem causar perdas consideráveis ou comprometer a qualidade do produto, dependendo da cultivar, da época de cultivo e das condições ambientais prevalecentes no local do plantio.
No campo, as murchas, provocadas por vários patógenos (Tabela 1), são as mais evidentes e as que mais preocupam o produtor, pois provocam perdas diretas e ainda comprometem o terreno para cultivos posteriores, não somente da berinjela, mas de espécies da mesma família. Em cultivos sob proteção de plástico ou telado, essas doenças são mais importantes pelo fato de a rotação de culturas, recomendada para todas elas, ser mais difícil por questões econômicas. Além disso, as condições de temperatura e umidade, normalmente mais elevadas do que a céu aberto, e menor ventilação, poderão interferir negativamente na ocorrência também nas doenças foliares e no seu manejo.
As doenças mais importantes da berinjela no Brasil são listadas a seguir, em ordem cronológica de acordo com o ciclo da cultura.

Doenças do solo

Tombamento ou 'damping-off' 

(Rhizoctonia solaniPythium spp., Phytophthora spp.)
O tombamento pode ocorrer antes ou após a emergência da planta. No primeiro caso, resulta em falhas de estande, já que a doença provoca apodrecimento e morte da plântula. Quando ocorre após a emergência, a base da muda torna-se encharcada, fica mais fina do que o resto do caule, tomba e morre. Normalmente ocorre em reboleiras na sementeira, espalhada pela água de chuva ou de irrigação. Só as plantas bem jovens (até 10 cm de altura) são afetadas, embora plantas um pouco maiores, mesmo após o transplante, mostrem anelamento na base do caule, ficando com seu desenvolvimento prejudicado. Como vários patógenos podem estar envolvidos, o tombamento de mudas ocorre sob qualquer temperatura, desde que haja excesso de umidade no solo da sementeira.

Murcha-de-verticílio (Verticillium dahliae)

É uma das principais doenças da berinjela nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país. Seu sintoma mais característico é a murcha total ou somente de um lado da planta, normalmente observada a partir do início da frutificação. A murcha é acompanhada de clorose das folhas mais velhas e depois das mais novas. As bordas foliares muitas vezes adquirem um amarelecimento intenso, seguido de necrose, em forma de cunha, mais visível nas folhas baixeiras (Figura 1). Quando a planta é arrancada, as raízes apresentam aspecto normal, sem deformações ou apodrecimento, indicando tratar-se de doença vascular. Entretanto, a base do caule, após descascada, apresenta um escurecimento de cor marrom clara. Ocorre com maior freqüência sob alta umidade, associada a temperaturas amenas (18 a 240C), condição muito comum nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Quando a temperatura atinge 280C ou mais, a infecção é lenta e as plantas podem escapar ao ataque da doença.

Foto:Carlos A. Lopes

Fig. 1. Murcha causada por Verticillium

Murcha-bacteriana ou murchadeira (Ralstonia solanacearum)

Em condições favoráveis à doença (altas temperatura e umidade), provoca murcha da planta. Porém, diferentemente da murcha-de-verticílio, a doença se manifesta nas folhas superiores. É comum a planta murchar somente nas horas mais quentes do dia, recuperando-se à noite e em dias frios e chuvosos, até que o progresso da infecção provoque uma murcha irreversível. Quando a parte inferior do caule da planta doente é descascada, nota-se o escurecimento dos vasos. Sob condições menos favoráveis à doença, a planta pode não murchar, porém desenvolvem-se mais lentamente que as sadias. Esta doença é diferenciada de outras murchas pelo fato de exsudar um pus bacteriano quando uma seção do caule de planta murcha é colocada em um copo com água cristalina em repouso. A murcha-bacteriana só provoca danos à berinjela sob condições de alta temperatura e alta umidade do solo, que são encontradas mais facilmente durante o verão em locais de baixa altitude das Regiões Sudeste, Norte e Nordeste do Brasil.

Murcha-de-Fitóftora(Phytophthora capsici)

Esta doença também causa murcha das plantas, geralmente é repentina e observada nas horas mais quente do dia. As plantas afetadas apresentam podridão de raiz e da base do caule (Figura 2). A doença ocorre em reboleiras, sendo a disseminação planta a planta feita pela água da chuva ou de irrigação. Em condições de alta umidade, o patógeno pode afetar os frutos, causando podridão dos mesmos, com formação de um mofo branco em sua superfície, correspondentes ao micélio e esporos do fungo. A doença é favorecida por altas temperaturas (entre 25 e 30oC) e umidade elevada do solo.

Foto:Carlos A. Lopes

Fig. 2. Lesão de Phytophthora no caule

Podridão-de-esclerotínia (Sclerotinia sclerotiorum)

Normalmente a infecção por Sclerotinia inicia-se no caule da planta junto a bifurcação dos galhos, onde se observam áreas úmidas ou encharcadas. O tecido afetado ganha uma coloração parda, com escleródios, que são estruturas de resistência pretas e irregulares, que sobrevivem no solo por mais de dez anos. A parte do caule acima do ponto afetado murcha e seca. Sob alta umidade, ocorre profuso crescimento de micélio branco na região afetada pela doença. A podridão pode iniciar-se na base do caule, a partir de escleródios no solo, provocando murcha e morte da planta. Em regiões onde o fungo forma esporos (ascosporos), estes infectam toda a parte aérea da planta, em especial as flores, e passam a desenvolver-se nos galhos, onde as flores infectadas caem. A doença é mais freqüente sob alta umidade e temperatura amena, em torno de 180C. Cultivos muito densos reduzem a aeração das plantas e favorecem o desenvolvimento da doença.

Podridão-de-esclerócio (Sclerotium rolfsii)

Ocorre sob alta temperatura (acima de 250C) e alta umidade do solo. Provoca o apodrecimento das raízes e base do caule, resultando na murcha e morte da planta. Em solos muito úmidos, o fungo produz abundante micélio branco na base da planta afetada, onde são formados escleródios redondos, similares a sementes de mostarda. Os escleródios são estruturas de resistência do fungo e auxiliam no diagnóstico da doença.

Nematóide-das-galhas (Meloidogyne spp.)

Plantas afetadas pelo nematóide-das-galhas normalmente apresentam sintomas de deficiência mineral e, menos freqüentemente, murcha parcial ou total, porque as raízes ficam danificadas, comprometendo a absorção de água e nutrientes. Raízes afetadas mostram deformações em forma de galhas, podendo apodrecer sob ataque intenso do nematóide, algumas vezes em associação com fungos de solo. Maiores danos são observados sob alta temperatura associada com alta umidade e em solos arenosos, condições que favorecem uma rápida multiplicação do patógeno.

Medidas gerais para controle de doenças de solo:
  • Usar preferentemente substrato comercial esterilizado e bandejas novas ou esterilizadas para o preparo das mudas. Em caso de preparo de sementeiras, usar solo arenoso para não haver acúmulo de umidade;
  • Adquirir sementes e mudas de boa procedência;
  • Produzir mudas em local claro e ventilado;
  • Não irrigar excessivamente as mudas para não encharcar o solo;
  • Colocar as bandejas sobre suporte de arame para que o excesso de água escorra;
  • Evitar excesso de plantas na sementeira, fazendo raleamento sempre que necessário;
  • Plantar em áreas livres da doença, onde não se tenha cultivado anteriormente outra solanácea;
  • Plantar variedades resistentes, quando disponíveis;
  • Evitar terrenos sujeitos a encharcamento;
  • Evitar excesso de água de irrigação;
  • Não usar água de irrigação que escorra de terrenos contaminados;
  • No verão, evitar o uso de “mulch” preto, que provoca aumento da temperatura do solo;
  • Durante os tratos culturais, evitar ferimentos na parte inferior da planta, por onde a bactéria penetra;
  • Adotar maior espaçamento entre plantas, para permitir maior ventilação na lavoura;
  • Fazer rotação de culturas com gramíneas por pelo menos dois anos;
  • Em cultivos intensivos, como sob cobertura, eliminar as plantas doentes e depositar uma pá de cal no local;
  • Incorporar matéria orgânica ao solo, como esterco bem curtido, que aumenta a população microbiana do solo, promovendo o controle biológico dos nematóides;
  • vitar o trânsito de pessoas, animais e máquinas em locais contaminados.
Doenças da parte aérea

Podridão-de-fomopsis ou seca-dos-ramos (Phomopsis vexans)

Esta doença afeta toda a parte aérea da planta. No caule, provoca lesões bem escuras, que são responsáveis pela murcha e morte dos ramos acima do local de ataque. Menos comuns que no caule, as lesões nas folhas são marrom escuras e podem coalescer, fazendo com que todo o limbo seque, sintoma que pode ser confundido com a ataque de pinta-preta. Os frutos afetados apodrecem e ficam mumificados, sendo esta a fase mais importante da doença. A doença é favorecida por umidade alta, sendo encontrada em todas as regiões do Brasil. O patógeno é transmitido pela semente, que é a mais importante fonte de disseminação a longas distâncias.

Antracnose (Colletotrichum gloeosporioides)

Os sintomas da antracnose são observados principalmente nos frutos, no campo ou após a colheita. Consistem de lesões circulares deprimidas onde, sob alta temperatura, se desenvolve uma massa com coloração rosada, formada pela esporulação do fungo (Figura 3). A doença é problemática em frutos mantidos em locais úmidos após a colheita. Mas pode ocorrer também no campo, sempre que ocorrer alta umidade do ar devido a chuvas ou excesso de irrigação por aspersão. A disseminação da doença se dá por respingos de água de chuva ou de irrigação sobre a lesão esporulada. Se a água usada na lavagem de frutos doentes for reutilizada para lavar outros frutos, pode haver contaminação de todo o lote, que poderá apodrecer durante a comercialização.

Foto:Carlos A. Lopes

Fig. 3. Sintomas de antracnose em
plantas de berinjela, causada por
Colletotrichum gloeosporioides.

Podridão-algodão (Phytophthora nicotianaeP. capsici ou Pythium spp.)
Afeta frutos em lavouras cultivadas em condições de alta umidade. Os frutos apodrecem rapidamente no campo ou em pós-colheita, quando acondicionados também sob alta umidade, quando apresentam coloração marrom, às vezes coberta com profuso crescimento micelial branco, com aspecto de algodão.

Ferrugem (Puccinia sp.)

Ocorre esporadicamente e não tem causado sérios prejuízos em lavouras bem conduzidas, ou seja, com irrigação, espaçamento e adubação adequadas. Afeta somente as folhas, onde provoca lesões cloróticas na parte superior, com característica massa amarela esporulada na face inferior da folha.

Oídio (Oidiopsis haplophylli)

Doença detectada recentemente em berinjela no Brasil. Caracterizada por manchas amarelas na superfície superior das folhas, correspondendo a um crescimento branco pulverulento na face inferior. Com o passar do tempo, as manchas cloróticas podem tornarem-se necróticas, confundindo com outras doenças foliares como a pinta-preta ou a mancha-de-ascoquita. Ainda não é considerada doença importante da berinjela no Brasil.

Podridão-mole (Erwinia carotovora)

Raramente causa perdas de relevância econômica. Está quase sempre associada a períodos prolongados de alta temperatura e alta umidade. O sintoma consiste em apodrecimento mole, que normalmente se inicia em ferimentos, e chega a desintegrar rapidamente todo o fruto.

Pinta-preta ou mancha-de-alternária (Alternaria solani)

Diferentemente de outras hospedeiras da mesma família, como tomate e batata, é uma doença secundária em berinjela. É normalmente restrita às folhas baixeiras, onde induz o aparecimento de manchas escuras, de formato irregular, geralmente formada por halos concêntricos. É favorecida por temperaturas altas e chuva ou irrigação por aspersão.

Mancha-bacteriana (Xanthomonas spp.)

Ocorre esporadicamente e raramente provoca perdas significativas. É favorecida por alta temperatura e alta umidade. Provoca manchas foliares, em princípio encharcadas e posteriormente escurecidas, a partir das folhas mais velhas, podendo resultar em desfolha prematura da planta.

Superbrotamento

Causado por organismos do tipo fitoplasma, transmitido por cigarrinhas. Os sintomas mais evidentes são a produção excessiva de brotos (superbrotamento) em plantas adultas, acompanhada de clorose generalizada, porte ereto da planta, folhas miúdas e cálice com tamanho maior que o normal (cálice gigante).

Mosaico

Causado por um ou mais vírus do grupo dos Potyvirus, que são transmitidos por pulgões, especialmente Myzus persicae. Provoca deformação foliar e mosaico nas folhas e nos frutos.

Vira-cabeça

É causada por um ou mais vírus do gênero tospovírus, que são transmitidos por tripes. A doença também afeta outras solanáceas, em especial o tomateiro e o pimentão. O sintoma principal é uma necrose do topo da planta, que pode levar a uma paralisação no crescimento da mesma.

Medidas de controle para doenças da parte aérea:
  • Plantar sementes sadias, adquiridas de firma idônea, ou retiradas de frutos sadios;
  • Adquirir mudas de produtores idôneos;
  • Fazer rotação de culturas com gramíneas por dois a três anos;
  • Destruir os restos culturais logo após a colheita;
  • Plantar cultivares resistentes, quando disponíveis;
  • Preferir terrenos bem ventilados;
  • Usar espaçamento largo, que permita a ventilação entre as plantas;
  • Pulverizar periodicamente com fungicidas registrados para a cultura;
  • Não deixar frutos infectados no meio da lavoura após a colheita (devem ser enterrados profundamente ou levados para longe das plantas em produção);
  • Eliminar restos culturais logo após a última colheita.
Tabela 1. Diferenciação das doenças que provocam murcha em plantas de berinjela.

Doença/
característica
diferencial

Murcha- bacteriana
Murcha-de- fitóftora
Murcha-de- verticilio
Podridão
-de- esclerotínia
Podridão
-de- esclerócio
Nematóide
-de-galhas
Teste do copo
+
-
-
-
-
-
Podridão de raiz
-
+ / -
-
-
+
+ / -
Galhas na raiz
-
-
-
-
-
+
Lesões aéreas no caule
-
+ / -
-
+
-
-
Toda planta murcha
+ / -
+
+ / -
+ / -
+
+ / -
Escleródios grandes e desuniformes
-
-
-
+
-
-
Escleródios pequenos e redondos
-
-
-
-
+
-
Folhas amarelas com necrose em V
-
-
+
-
-
-
Escurecimento  vascular
+
+
+
-
-
-

+= presença ou possibilidade de uso do teste diagnóstico
- = ausência ou impossibilidade de uso do teste diagnóstico


domingo, 11 de junho de 2017

Diagnose foliar na Cultura da Berinjela



Sintomas de distúrbios nutricionais

O estado nutricional das plantas é avaliado por meio da diagnose foliar (análise de tecidos vegetais) e diagnose visual (observação de sintomas de deficiência ou excesso). A análise química foliar é importante para o ajuste fino da adubação, visando a maximizar a produtividade e a aumentar a eficiência no uso dos fertilizantes. Para a berinjela recomenda-se amostrar 15 folhas completamente desenvolvidas, recém-maduras, por ocasião do florescimento da planta, sendo uma folha por planta. A Tabela 1 apresenta os teores de nutrientes no tecido vegetal adequados para a berinjela. Por sua vez, a observação visual também é útil para diagnosticar desequilíbrios nutricionais. Entretanto, quando os sintomas se manifestam, a produção já pode ter sido prejudicada. Portanto, em qualquer cultivo, o ideal é que não ocorram sintomas visuais de desequilíbrios e, se ocorrerem, que sejam detectados e corrigidos o mais rápido possível. Neste caso, deve-se buscar orientação técnica de um profissional com conhecimento da cultura para a escolha da adubação corretiva adequada.
Tabela 1.Teores foliares de macro e micronutrientes adequados para a berinjela
Ref.
Nutriente
N
P
K
Ca
Mg
S
Fe
Zn
Cu
Mn
B

------------------------g kg-1------------------------
--------------------mg kg-1---------------------
(1)
40-60
3-12
35-60
10-25
3-10
 ----
50-300
20-250
7-60
40-250
25-75
(2)
42-60
3-6
35-50
8-15
3-6
4-6
50-100
20-40
5-10
50-100
20-40
Fonte: Silva (1999); Hochmuth e Maynard (1996).
Os sintomas de desequilíbrios nutricionais mais comumente observados na cultura da berinjela são os seguintes:

Nitrogênio: sua deficiência causa redução do crescimento das plantas, caule fino, flores e frutos mal formados e pequenos, clorose das folhas mais velhas. O excesso de nitrogênio favorece o crescimento vegetativo em detrimento da produção de frutos. Além disso, aumenta a suscetibilidade às doenças foliares e diminui a conservação pós-colheita dos frutos.
Potássio:sob deficiência deste nutriente ocorre clorose e posterior necrose nas bordas das folhas mais velhas, progredindo com o tempo para o centro do limbo. Não se conhece sintomas visíveis de toxidez de K, entretanto seu excesso induz deficiências de magnésio e cálcio. O potássio parece estar envolvido no processo de tolerância a doenças e favorece a qualidade dos frutos, que apresentam coloração mais acentuada, maior resistência ao transporte e maior conservação pós-colheita.
Fósforo: sua carência resulta em menor crescimento das plantas e as folhas adquirem coloração verde escura mais intensa que as folhas normais. Ocorrem queda de flores e drástica redução de produtividade, podendo inclusive não haver produção de frutos. Entretanto, deve-se atentar para a queda de flores e de frutinhos causadas por temperaturas baixas, as quais podem ainda originar frutos deformados e coloridos desigualmente. O excesso de P pode causar deficiências induzidas de micronutrientes, especialmente de zinco e cobre.
Cálcio: sob deficiência de Ca, as folhas novas não se desenvolvem adequadamente, ficando pequenas. Ocorre amarelecimento das bordas das folhas mais novas em direção à região internerval. O florescimento e a produção de frutos são severamente afetados. Nos frutos, o sintoma típico de deficiência de Ca é denominado “fundo preto”, podridão apical ou estilar. Toxidade deste nutriente ainda não foi relatada, entretanto, sabe-se que o excesso ocasiona desequilíbrios com outros nutrientes, especialmente o magnésio e o potássio.
Magnésio:sua deficiência ocasiona clorose internerval das folhas velhas.
Enxofre:Sua deficiência provoca clorose nas folhas novas e perda de brilho dos frutos.
Boro: plantas deficientes apresentam paralisação do crescimento. As folhas inferiores tornam-se coriáceas; as superiores quebradiças e amarelas e as folhas apicais pequenas, retorcidas. Ocorre morte da gema apical.O caule apresenta internódios curtos e fendas longitudinais. No inicio da produção, os botões florais secam e caem com facilidade. Os frutos apresentam exposição da placenta, sintoma denominado lóculo aberto.
Zinco: a carência provoca redução no crescimento das plantas. As folhas novas aparecem em pequeno número e não se desenvolvem bem, ficando pequenas, coriáceas, com formato de concha, sobressaindo as nervuras. Caule fino com internódios curtos. Ocorre acentuada queda de flores e poucas chegam a se abrir.
Cobre: plantas novas em pleno desenvolvimento interrompem o crescimento, apresentam encurtamento de internódios, folhas pequenas e enrugadas. Manchas cloróticas pequenas aparecem distribuídas por toda área do limbo das folhas superiores, incluindo as nervuras. Poucos botões florais e poucos frutos.
Ferro: a deficiência geralmente se manifesta nos estádios de pré-florescimento ou amadurecimento dos frutos, caracterizando-se por amarelecimento das folhas inferiores, que secam e persistem na planta. Folhas superiores apresentam manchas amarelas internervais por todo o limbo e florescimento normal.
Manganês: os sintomas iniciam-se nas flores que apresentam-se defeituosas, rompendo-se as pétalas. Caule pouco desenvolvido. Folhas superiores pequenas, de bordas ondeadas e franzidas, nervuras salientes e de coloração esbranquiçada, limbo enrugado e aveludado. Frutos pequenos e defeituosos.
Molibdênio: folhas superiores apresentam formato normal, porém com esmaecimento na coloração verde, formato irregular com saliências e reentrâncias no limbo.




quarta-feira, 7 de junho de 2017

Cultura do Yacon (Smallanthus sonchifolius)


O yacon (Smallanthus sonchifolius) é uma planta originária da Cordilheira dos Andes cujas folhas e tubérculos são consumidos na forma natural em diversos países da América Latina. Seu consumo é feito há milhares de anos pelos incas. O yacon é mais conhecido como batata yacon e tem sido produzida no interior de São Paulo. Atualmente as batatas já podem ser encontradas em diversos países da Europa, tornando-se importante alimento funcional. Conhecida como batata do diabético, a batata yacon é empregada no tratamento de colesterol alto e de diabetes, pois os tubérbulos contém frutano, tipo de açúcar não absorvido pelo trato digestivo. Ao contrário da batata doce e da inglesa, a batata yacon não deve ser frita, nem cozida. Ela é consumida crua, como uma fruta, ou na forma de suco. A batata yacon costuma ser plantada em terra fofa e em altitudes elevadas. Sua raiz necessita de muita água.
Embora em escala bem menor que as batatas, na América do Sul as folhas de yacon são popularmente consumidas na forma de infusão para tratamento de diabetes, sendo que um pesquisador argentino revelou sua ação hipoglicemiante em ratos . Entretanto, as folhas não possuem futanos, substâncias típicas de partes inferiores de plantas, mas sim diversos diterpenóides  e lactonas sesquiterpênicas . As lactonas sesquiterpênicas são bastante conhecidas por seu largo espectro de ações biológicas e por sua ação tóxica através de consumo oral. Embora algumas destas lactonas das folhas do yacon apresentem ação anti-inflamatória in vitro , estudos in vivo ainda são necessários. Entretanto, estudo recente  revela que há fortes evidências de que tais substâncias são as que mais contribuem para provocar os danos renais observados após o consumo oral do chá das folhas desta planta em animais por um período prolongado. Em suma, o uso oral das folhas do yacon não deve ser estimulado.
Seus benefícios à saúde são tantos que a batata yacon (Polymnia sonchifolia) é uma hortaliça que mais parece um medicamento. Controla muitas enfermidades e, apesar de ser uma batata, apresenta baixa caloria. Com variados atributos que estimulam as vendas, combinados com um cultivo fácil, por ser rústica e de baixo custo, a planta oferece ao pequeno produtor uma excelente opção de cultura rentável.
Ao agricultor brasileiro, a viabilidade do plantio soma-se à boa adaptação que a yacon tem ao clima do país. Famosa em países do Oriente, ela faz sucesso por aqui inclusive entre os consumidores que apresentam colesterol alto e possuem diabetes tipo 2 – a versão da doença crônica em que o portador tem resistência aos efeitos da insulina ou a falta da produção dela.
Rica em fruto-oligossacarídeo, carboidrato de lenta absorção no organismo do ser humano, que libera em baixas quantidades açúcar no sangue, a hortaliça ajuda no controle da glicemia. Ao promover uma ingestão mais demorada da glicose, a yacon também proporciona sensação de maior saciedade, o que a faz ser um eficiente auxílio para quem faz dieta.
Ao mesmo tempo, a planta é ótima para a reconstrução muscular, pois contém grande quantidade de potássio, prevenindo dores, cansaço e variações da pressão arterial. Ainda contribui para regular o intestino, evitando processos inflamatórios e infecções. Como o fortalecimento da imunidade é mais um de seus benefícios, tem importante papel na prevenção de muitas outras moléstias. 
De aparência semelhante à batata – daí o nome –, a yacon tem nas raízes tuberosas a parte comestível. A polpa, saborosa como a pera, é macia, suculenta e adocicada, graças à inulina (polissacarídeos de frutose) que contém. Por isso mesmo, pode ser consumida in natura, adicionada em sucos e vitaminas e, em pedaços ou ralada, em saladas e sobremesas.
Cozido e assado são alternativas para comer aquecido o tubérculo, do qual ainda pode ser obtida farinha para fazer bolos e biscoitos, enquanto as folhas servem para fazer chá. Espécie do tipo perene, a planta pode atingir mais de 2 metros de altura e as raízes tuberosas 2 quilos de peso.
A batata yacon é oriunda da região andina, entre a Venezuela e o norte da Argentina, onde já era usada desde antes da civilização inca. Na língua local quéchua, yacon significa “aguado”, graças ao teor de água, equivalente a 85% de sua composição. A hortaliça teve sua introdução em território nacional em 1989, mas somente em 1994 foram registrados os primeiros plantios comerciais por imigrantes japoneses no interior do Estado de São Paulo.
Solo >>> bem drenado, profundo, fértil e rico em matéria orgânica
Clima >>> adapta-se a diversas condições climáticas, mas de 10 ºC a 30 ºC é a faixa de temperatura ideal
Área mínima >>> pode ser plantada em canteiros ou leiras (camalhões)
Colheita >>> de 6 a 10 meses após o plantio
Custo >>> preços da muda variam de acordo com o agricultor, que pode ser identificado com a extensão rural local
INÍCIO 
Prepare o solo para o cultivo de yacon aplicando, preferencialmente, adubação verde antes de tudo. O objetivo é reduzir a população de nematoides no local e aumentar a produtividade. Solo mais leve também facilita a colheita. Mudas podem ser adquiridas de produtores tradicionais e com informações do histórico da cultura. A sugestão é visitar a lavoura e verificar se está saudável e vigorosa, a fim de evitar problemas com doenças para a nova plantação.
AMBIENTE 
Mais adequado para produção de yacon é o de regiões de clima ameno, com altitudes entre 500 e 1.000 metros. Porém, há relatos de bom desempenho mesmo ao nível do mar ou em lugares mais altos. Adapta-se a diversas condições climáticas, embora a temperatura ideal seja entre 10 ºC e 30 ºC durante o ano inteiro. Apesar de a parte aérea da planta não tolerar geadas, se forem brandas, pode haver rebrota e recuperação da cultura. É planta de pleno sol, mas pode ser utilizada em consórcios ou em sistemas agroflorestais em parcelas mais abertas, com boa insolação.
PROPAGAÇÃO 
A técnica recomendada para multiplicação é, após a colheita das raízes tuberosas, retirar da touceira da planta os propágulos – ocorrem no “pé” da planta (coleto) e logo acima das raízes tuberosas. Em seguida, separe e corte-os em pedaços, tendo em cada um, pelo menos, quatro gemas ou brotos. Há ainda opções por meio de estaquia e sementes, embora menos comum.
PLANTIO 
Dos propágulos deve ser na primavera em leiras (camalhões). A batata yacon aceita uma ampla variedade de solos, mas o mais indicado são aqueles bem drenados, profundos, férteis, ricos em matéria orgânica e com pH na faixa de 6 a 7,5. Em solos com fertilidade baixa a mediana, deve-se fazer adubação de plantio com adubos fosfatados e potássicos, preferencialmente seguindo a interpretação da análise de solo.
ESPAÇAMENTO 
Recomendado é de 1 metro entre as leiras e 50 a 80 centímetros entre plantas.
CUIDADOS 
Mantenha o solo sempre úmido com irrigações de uma a duas vezes por semana, mas evite encharcá-lo. O método de aspersão convencional é o mais indicado. Faça capinas para retirada de plantas invasoras. Além da adubação verde antes de plantar, pode ser necessário mais uma ou duas aplicações de adubo durante o cultivo, sendo uma com nitrogênio entre 30 e 60 dias após o plantio e outra com nitrogênio e potássio dos 90 a 120 dias.
PRODUÇÃO 
Inicia-se entre março e julho, de seis a dez meses após a realização do plantio, cuja variação de tempo está relacionada com as condições de cultivo e clima local. Retire a planta inteira ou apenas as raízes necessárias, cavando em volta delas. De preferência, colha quando a planta estiver com a parte aérea seca, permitindo que os propágulos estejam bem desenvolvidos. Antes da retirada da yacon da terra, recomenda-se irrigar o solo caso não esteja úmido, para que não ocorram danos na casca
Smallanthus sonchifolius
O yacon, também conhecido como batata-yacon, é uma planta cujas raízes tuberosas são consumidas normalmente cruas ou na forma de suco. As raízes tuberosas do yacon são ricas em inulina (polissacarídeos de frutose), o que lhes proporciona um sabor adocicado. As folhas e as pontas dos ramos podem ser consumidas cozidas. Também é uma planta usada para fins medicinais, especialmente por suas folhas apresentarem propriedades anti-hiperglicêmicas.

Inflorescência do yacon

Clima

O ideal são regiões que apresentam temperaturas entre 10°C e 26°C durante o ano todo. Geadas podem matar a parte aérea da planta, mas esta rebrota posteriormente. Esta planta produz melhor em alta altitude, embora também possa ser cultivada ao nível do mar, podendo também se adaptar a diversas condições climáticas.

Luminosidade

Pode ser cultivado tanto com luz solar direta quanto em sombra parcial, desde que haja uma boa luminosidade.

O yacon pode atingir mais de dois metros de altura

Solo

O ideal é cultivar em solo bem drenado, profundo, sem pedras e outros detritos, fértil e rico em matéria orgânica. Embora possa tolerar solos mais ácidos, o pH ideal do solo está na faixa de 6 a 7,5.

Irrigação

Irrigue de forma a manter o solo sempre úmido, sem que fique encharcado. A falta de água é prejudicial, principalmente se a temperatura estiver acima de 26°C.

Mudas de yacon

Plantio

O plantio do yacon é geralmente feito a partir de pedaços do rizoma, que são retirados e cortados quando ocorre a colheita das raízes tuberosas. O ideal é que os pedaços de rizoma tenham pelo menos quatro gemas ou brotos cada um. Plante cada pedaço de rizoma a não mais do que 5 cm de profundidade.
Outro método de propagação é a estaquia. Para isso devem ser selecionadas plantas saudáveis que não estejam florindo. Os ramos utilizados não devem ser muito lenhosos, e devem ser cortados em pedaços de 15 a 20 cm, deixando pelo menos dois nós em cada pedaço. As folhas podem ser retiradas e os pedaços de ramos podem ser plantados em um canteiro de terra fofa ou areia, que deve ser mantida bem úmida até o enraizamento. O pedaços de ramos devem ficar em uma posição vertical ou levemente oblíqua (inclinados), e de forma que metade dos nós presentes no pedaço de ramo fique enterrada no solo. Leva aproximadamente 45 dias para que as mudas estejam bem enraizadas, quando podem então ser transplantadas.
Pedaços de ramos com 4 ou 5 cm e apenas um nó também podem ser usados na propagação, mas neste caso os pedaços devem ser deixados na posição horizontal, enterrados a uma profundidade de cerca de 1 cm.
Embora menos comum, o plantio também pode ser feito por sementes. Estas podem ser semeadas no local definitivo ou em sementeiras e outros recipientes, e as mudas transplantadas quando estiverem grandes o bastantes para serem manuseadas.
O espaçamento recomendado é de 90 cm a 100 cm entre as linhas de plantio, com 60 cm a 70 cm entre as plantas.

Raízes tuberosas do yacon, com rizomas logo acima das raízes 

Tratos culturais

Retire plantas invasoras que estejam concorrendo por nutrientes e recursos.

Colheita

A colheita das raízes tuberosas do yacon ocorre de 6 a 12 meses após o plantio, dependendo das condições de cultivo. A planta inteira pode ser retirada ou pode-se cavar em volta e retirar apenas as raízes necessárias, pois esta planta é perene. Embora a colheita seja geralmente feita quando a parte aérea fica completamente seca, para que os rizomas utilizados na propagação estejam bem desenvolvidos, esta pode ser realizada antes disso, ou a qualquer momento em plantas mais velhas.

BENEFÍCIOS

Apesar do nome, a batata yacon não tem nada a ver com as tradicionais batatas. Longe disso. Esse tubérculo só recebeu o apelido por causa de seus aspectos físicos bem semelhantes. O fato é que tanto no quesito nutricional, quanto nos aspectos de sabor, o alimento é uma ótima e deliciosa opção para ser adicionada às dietas funcionais e em preparações mais saudáveis para o dia a dia. Por isso, vamos conhecer um pouco mais dessa peculiar iguaria e seus benefícios à saúde. 

Com uma textura suculenta e sabor adocicado, que faz lembrar o gosto de uma pera, a composição da batata yacon é muito rica em nutrientes, principalmente o potássio. A presença de potássio no organismo é de extrema importância para todas as funções celulares, tanto, que a ingestão inadequada da substância pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, assim como alterações na transmissão neural (propagação de impulsos nervosos).

Além disso, existem estudos que associam a ingestão da batata yacon à melhora das funções do sistema imunológico, principalmente em crianças. A nutricionista e farmacêutica Andrea Forlenza exalta a importância do alimento para a defesa natural do nosso organismo: "Ele é rico em compostos antioxidantes, como os fenólicos, contendo cerca de 10 vezes mais substâncias antioxidantes que a batata-inglesa, por exemplo. O consumo deste carboidrato é bom para manter o equilíbrio no funcionamento intestinal e isso leva a uma melhora na imunidade. O intestino é uma importante barreira imunológica", disse.

Como consumi-la no dia a dia?

Segundo Andrea, as melhores formas para ingerir o alimento, aproveitando os seus melhores nutrientes, é consumi-la ralada crua em saladas ou em rodelas num lanche. Ela pode, até mesmo, ser batida num suco ou em chips desidratados, contudo, a profissional aconselha alguns cuidados na hora de guardar a iguaria. "Ela se deteriora muito rapidamente por causa do seu alto teor de água, por isso o consumo da yacon deve ser feito o mais rápido possível. Além do rápido escurecimento e da perda de água que ocorrem imediatamente após a colheita, a principal perda nutricional é a redução do FOS", explica Andrea. 

Uma boa dica para manter a batata por mais tempo é armazenando em baixas temperaturas (5 a 10°C) e em alta umidade, ou seja, na geladeira.

Outros benefícios da batata yacon para o organismo

Regula o intestino: A batata yacon é uma ótima fonte de fibras, que, além de ajudar na saciedade, regula o intestino. Um intestino regulado é essencial para o controle dos processos inflamatórios e infecções.

Ajuda o coração: Por ser uma ótima fonte de potássio, a batata yacon ajuda a prevenir doenças cardiovasculares, principalmente o acidente vascular cerebral (AVC).

Boa para a dieta: Por ter um baixo valor calórico, a batata yacon é uma ótima opção para ser adicionada em diferentes dietas.

Rica em antioxidantes: Com uma quantidade 10 vezes maior do que a da batata-inglesa, a batata yacon é uma ótima opção para quem quer combater os radicais livres.



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