google.com, pub-8049697581559549, DIRECT, f08c47fec0942fa0 HORTA E FLORES

domingo, 17 de março de 2024

Cultivo de baunilha: práticas básicas

 

INTRODUÇÃO

A baunilha (Vanilla planifolia Andrews) é uma planta da família das orquídeas, origináriado México, cujos frutos aromáticos possuem um alto valor comercial. O aroma natural de baunilha, relacionado especialmente à presença da substância vanilina, é o mais popular e largamente utilizado no mundo. Apesar da produção sintética de vanilina, existe uma grande demanda pela produção do aroma da baunilha de origem natural. Estima-se que menos de 1% dos produtos são aromatizados com baunilha de origem natural, particularmente aquela que seja proveniente de sistemas de cultivo agroflorestal e orgânico. O fruto é a parte utilizada da planta, comumente denominada vagem ou fava.

A baunilha era originalmente utilizada pelos povos Astecas em um contexto cultural para fins aromatizantes e medicinais e em rituais com o intuito de atender à nobreza, especialmente ao imperador. A obtenção da baunilha (V. planifolia) era feita de forma extrativista, fruto da polinização natural por abelhas nativas, e, por esse motivo, sua produção era incipiente. A baunilha foi apresentada à cultura europeia pelos espanhóis, que a conheceram na corte do tlatoani (governador) Asteca Moctezuma II (Montezuma). Ao aportar em 1519 no território que hoje se conhece como México, Hernán Cortez, conquistador espanhol, foi recebido pelo governante, que teria lhe oferecido a bebida sagrada tchocoatl, que era feita de massa de sementes de cacau acrescidas de mel e baunilha e engrossada com farinha de milho.

O Codex Florentinus (1540–1590) traz os mais antigos registros europeus conhecidos sobre os usos de baunilha, escritos e ilustrados sob a supervisão do missionário franciscano espanhol Bernardino de Sahagún.

A cultura da baunilha foi introduzida pelos franceses na Ilha da Reunião (1793), de onde foi levada para as Ilhas Maurício (1827), posteriormente para Madagascar (1840) e para as Ilhas Seychelles (1866). Há registros de cultivo de baunilha em Java no ano de 1846. Apesar de a baunilha ser conhecida e cultivada na Europa desde o século XVI, sua disseminação pelo mundo só ocorreu no século XIX, o que se deveu  à dificuldade de produção de frutos fora da área de origem. A superação deste problema se deu somente em 1836, quando Edmond Albius, escravo na Ilha da Reunião, descobriu um método prático de polinização artificial das flores, o qual é utilizado ainda hoje.

A baunilha contém cerca de 300 compostos químicos, responsáveis por um aroma único, com predominância de vanilina, e tem uma grande variedade de usos.

Cerca de 97% da baunilha industrializada no mundo é usada na indústria de fragrâncias e aromas, em sorvetes, iogurtes, produtos de panificação, doces, bebidas e outros produtos aromatizados. A baunilha é um produto com alto valor agregado, que exige mão de obra especializada e procedimentos e tratos culturais específicos.

Atenção especial deve ser dada para a produção de mudas, o desenvolvimento e manejo das plantas, a polinização manual, e o processo longo e criterioso de beneficiamento (cura) dos frutos.

Atualmente, são cultivadas, em escala comercial, três espécies de baunilha: a V. planifolia (aproximadamente 95% da produção mundial), a Vanilla x tahitensis J. W. Moore, um híbrido natural, e a Vanilla pompona Schiede. Os frutos comercializados de V. planifolia são oriundos especialmente de ilhas do Oceano Índico – principalmente Madagascar, responsável por 80% da produção mundial. São conhecidos como Baunilha Bourbon por serem obtidos pelo método de beneficiamento desenvolvido na antiga Ilha de Bourbon, atualmente Ilha da Reunião. Os frutos da V. tahitensis possuem aroma distinto e são oriundos de regiões do Oceano Pacífico, especialmente a Polinésia Francesa. Os frutos de V. pompona são originários do México, América Central, Trinidad & Tobago e América do Sul. Os maiores produtores de V. planifolia são Madagascar, Indonésia, China, Papua-Nova Guiné, México, Índia e Uganda, responsáveis  por 95% de toda a baunilha produzida no mundo. Embora o México tenha perdido sua posição como o maior exportador de baunilha, não perdeu a importância, já que é o principal detentor dos recursos genéticos associados à espécie mais comercializada (V. planifolia). O Brasil ainda não tem tradição no cultivo de baunilha. Entretanto, experiências recentes de alguns agricultores, principalmente dos estados da Bahia, Espírito Santo e São Paulo, indicam que o País apresenta condições ecológicas adequadas (vegetação, solo e clima) para esse cultivo.

O mercado internacional da baunilha é marcado por flutuações significativas nos preços, um reflexo da disponibilidade limitada e da qualidade dos produtos.

Entre os desafios do setor produtivo que afetam as oscilações da oferta do produto e que restringem o crescimento do mercado de baunilha estão a reduzida variabilidade genética de V. planifolia, baseada em poucas cultivares e clones, tornando o cultivo da baunilha altamente suscetível a doenças; o baixo nível de tecnificação na produção e no beneficiamento; e as perdas por desastres climáticos. Este cenário sugere a busca de novos locais favoráveis ao cultivo da baunilha, bem como a exploração de espécies nativas que ainda não são utilizadas comercialmente.

As baunilhas brasileiras podem apresentar características interessantes, como composição química e aroma diferenciados. No entanto, existem grandes desafios a superar para transformar essas espécies nativas em produtos para o exigente mercado da alta gastronomia e da indústria.

Esta publicação tem como objetivos trazer informações técnicas básicas sobre o cultivo da baunilha e o processamento dos seus frutos tendo por base conhecimentos e pesquisas realizadas em países tradicionalmente produtores da V. planifolia, descritas na literatura, e que podem ser adaptados às espécies nativas e às condições de produção no Brasil. Toda a literatura está descrita no item Literatura recomendada ao final da publicação. Espera-se oferecer ao produtor nacional informações para a melhoria da sua produção visando atender ao mercado consumidor, para a redução dos riscos inerentes ao cultivo da baunilha e para a obtenção de um produto de qualidade. Dessa forma, são abordados aspectos como sistemas de cultivo, obtenção de mudas, manejo, tratos culturais, condições fitossanitárias, processos de colheita e beneficiamento dos frutos. 


segunda-feira, 11 de março de 2024

Como é o Cultivo do Wasabi (Wasabia japonica)

 

Wasabia japonica

A wasabi, também conhecida como wasabia e raiz-forte-japonesa, é uma planta nativa do Japão, cultivada principalmente para uso de seu espesso caule subterrâneo (rizoma), mas que é frequentemente chamado incorretamente de raiz. Quando ralado, seu rizoma apresenta um sabor bastante picante, similar ao da raiz-forte, mas não idêntico. Suas folhas também podem ser consumidas e têm um sabor menos picante do que o rizoma.

Muito apreciada na culinária japonesa, seu cultivo vem aumentando também no ocidente, principalmente porque a produção japonesa de wasabi não atende nem mesmo a sua própria demanda interna. Porém, é considerada uma planta difícil de cultivar.

A wasabi é uma planta cultivada em várias regiões do Japão, principalmente em cursos de água fria


Clima

A wasabi ou raiz-forte japonesa cresce bem em locais de clima frio e úmido. O ideal é que a temperatura permaneça entre 8°C e 20°C. Locais que apresentam temperaturas acima de 28°C são considerados inadequados para o cultivo. Em regiões onde a temperatura cai abaixo de -3°C, a parte aérea da planta morre, mas esta pode ainda sobreviver e rebrotar quando a temperatura estiver adequada novamente.

Luminosidade

Esta planta cresce melhor em sombra parcial, embora também possa ser cultivada com luz solar direta em regiões onde o clima é ameno mesmo durante o verão.

A wasabi cresce melhor em sombra parcial 


Sistemas de cultivo

Há dois sistemas tradicionais de cultivar esta planta. O mais utilizado no Japão é o cultivo em um ambiente semiaquático, com um fluxo suave e continuo de água fria. No Japão é comum o plantio em camas de rochas feitas ao longo de cursos de água ou em tanques. Cada cama é composta de uma grossa camada de pequenas rochas sobre as quais há uma camada de cascalho, que por sua vez é coberto com uma camada de alguns centímetros de areia.

O outro sistema é o cultivo em locais de solo úmido, rico em matéria orgânica, geralmente sob grandes árvores que proveem sombra e ajudam a manter o ambiente úmido. Neste sistema o solo deve reter bem a água, permanecendo constantemente úmido, mas não deve ficar encharcado ou inundado. A wasabi cresce bem em água corrente, com boa concentração de oxigênio, não em o solo inundado com água estagnada.

Uma outra alternativa é o cultivo em sistemas hidropônicos. O pH da água e do solo devem estar entre 6 e 7, qualquer que seja o sistema de cultivo empregado.

Mudas de wasabi


Plantio

A wasabi ou raiz-forte japonesa é normalmente cultivada a partir de rebentos ou de sementes. Também é possível usar pedaços dos rizomas, mas isso é menos comum.

O método de propagação por sementes não é o mais apropriado quando se espera colher rizomas, pois as plantas oriundas de sementes muitas vezes não produzem bons rizomas. Quando o objetivo é a colheita comercial de rizomas, o plantio deve ser feito usando apenas rebentos de plantas que produzem rizomas de excelente qualidade.

Quando uma planta é colhida, seus rebentos são retirados e usados para propagar a wasabi. Assim muitas vezes a colheita e o plantio são realizados ao mesmo tempo, pois os maiores rebentos podem ser plantados diretamente no local definitivo. Os menores podem ser plantados em vasos deixados sobre bandejas com água, para que o solo do vaso não fique seco. Os rebentos devem ter uma aparência saudável e ter pelo menos 4 cm de altura e pelo menos 4 folhas. Pode haver até 20 rebentos adequados para propagação em cada planta na época da colheita dos rizomas.

As sementes normalmente não germinam se não passarem por um longo período de baixas temperaturas. Assim é necessário deixar as sementes em um refrigerador a 5°C por dois meses para quebrar a dormência antes de semeá-las (o tempo necessário pode variar, dependendo da variedade cultivada). Semeie em sementeiras, módulos, bandejas e outros recipientes, com pelo menos 10 cm de altura, e deixando as sementes cobertas com 1 cm de solo. A germinação ocorre aproximadamente em três semanas.

Quando as mudas estiverem com pelo menos 4 folhas e 5 cm de altura, o que leva de 4 a 6 meses, poderão ser transplantadas para um canteiro com sombra parcial. Deixe as mudas separadas por 5 cm, com a coroa 1 cm acima da superfície do solo. Cerca de dois meses depois, as mudas estarão com aproximadamente 10 cm de altura e poderão ser transplantadas para o local definitivo.

Já os pedaços de rizoma são colocados em recipientes contendo solo ou areia mantidos constantemente bem úmidos, preferencialmente com temperatura ambiente em torno de 10°C. Os rebentos podem levar dois meses para começar a aparecer, e quando estiverem com 4 ou 5 folhas, podem ser cortados do rizoma e transplantados como indicado no parágrafo anterior.

No local definitivo, as plantas podem ficar espaçadas por uma distância de 30 cm. Ao realizar o transplante, deixe a coroa cerca de 1 cm acima da superfície do solo.

A wasabi pode ser cultivada em vasos, que devem ter pelo menos 30 cm de diâmetro e altura para que a planta possa atingir um bom desenvolvimento. Deixe um recipiente raso com água embaixo do vaso para manter o solo sempre bem úmido.

Vaso com wasabi 

Tratos culturais

Retire as plantas invasoras que estejam concorrendo por nutrientes e recursos, principalmente quando o plantio é realizado no solo. Em sistemas semiaquáticos há menos problemas com plantas invasoras.

Plantação de wasabi em camas de rochas


Colheita

A colheita da wasabi ou raiz-forte-japonesa pode geralmente ocorrer de 18 a 24 meses após o plantio, quando o rizoma está com 3 a 5 cm de diâmetro e de 10 a 20 cm de comprimento. Contudo, algumas vezes a planta fica crescendo por até cinco anos antes da colheita ser feita.

sábado, 30 de dezembro de 2023

Alho: como comprar, conservar e consumir

 

O alho é uma hortaliça da família Aliácea e uma das mais antigas plantas cultivadas no mundo. Originário da Ásia Central, seu cultivo difundiu-se para a região do Mar Mediterrâneo em tempos pré-históricos. No Brasil, o alho chegou com s portugueses na época do descobrimento.

Pelos povos antigos, era considerada planta medicinal sendo até hoje usada contra gripes e resfriados. O alho destaca-se entre as hortaliças como fonte dos sais minerais potássio e zinco e as vitaminas B1 e B6.



Como comprar

O alho é um bulbo formado por um conjunto de bulbilhos. Popularmente,o bulbo é chamado de cabeça e os bulbilhos, de dentes. A casca pode ser branca ou roxa, mas os dentes são sempre de cor creme bem claro, tornando-se amarelados quando velhos.

Ao comprar, escolha bulbos firmes que se apresentem bem curados, ou seja, com a casca, a haste, a base e as raízes bem secas. A casca do alho bem curado solta-se com facilidade.

Evite bulbos com defeitos que comprometem a qualidade, tais como lho chocho, murcho, brotado, úmido e com sinais de mofos ou bolores e ataques de praga.

Alguns defeitos, como bulbo aberto, danos mecânicos leves em cicatrizados e base com rachadura, prejudicam a aparência sem inutilizar o alho para consumo.

Como conservar

Muito durável

O alho, em réstia ou com os bulbos soltos, mantém-se próprio para consumo por longo período de tempo em condição ambiente, desde que o local seja arejado, seco e escuro. Não se recomenda a conservação de alho com casca em geladeira.

Quando descascado, deve ser mantido em geladeira dentro de vasilha de vidro ou de plástico tampada.

Nessas condições, dura cerca de cinco dias. Também pode-se triturá-lo com sal, fazendo desta forma a pasta de alho, ou desidratá-lo após cortá-lo em fatias finas.

A pasta de alho e sal pode ser mantida em condição ambiente por várias semanas, mas quando se adiciona cebola é preciso mantê-la em geladeira.

O congelamento não é aconselhável porque ele prejudica a textura e o sabor do alho.

Como consumir

Em pasta, refogado ou seco

Há várias maneiras de descascar os dentes de alho. Com auxílio de uma faca, corte um pedaço pequeno das pontas e remova a casca ou pressione os dentes com o cabo da faca, esmagando-os levemente para em seguida remover a casca. Para facilitar o descascamento, podem-se deixar os dentes de molho em água até amaciar a casca.

O alho pode ser picado, ralado ou usado inteiro para temperar todo tipo de prato salgado. Adicionalmente, pode ser preparado em pastas para serem servidas com pães e em molhos de saladas.

Para realçar o sabor de tortas e pizzas, principalmente aquelas com chicória ou escarola, pegue cinco dentes de alho fatiados, acrescente uma colher (café) de sal e frite em duas colheres (de sopa) de óleo até dourar. Use para salpicar tortas ou pizzas antes de levá-las ao forno.

Ao refogá-lo, deve-se evitar o fogo alto, pois, se queimado, fica com sabor amargo.

Dicas

Para diminuir o sabor forte, divida o dente ao meio no sentido do comprimento e retire o miolo que fica bem no centro do alho.

O alho combina com vários outros temperos: salsa, açafrão, cebola, cebolinha, coentro, colorau, pimenta, orégano, manjericão. Em todas as combinações, é preciso dosar os temperos para evitar que o sabor do alho predomine sobre os demais.

Coloque dentes de alho descascados dentro de um vidro com azeite e deixe curtir em condição ambiente por alguns dias. Use o azeite para temperar saladas e o alho para temperar outros pratos.

Receitas


Batatas com alho

Ingredientes

• 500 g de batatas cozidas em água com sal

• 2 colheres (sopa) de manteiga

• 4 dentes de alho de alho picados em tamanho pequeno

• 4 colheres (sopa) de queijo parmesão ralado

• Sal e pimenta-do-reino a gosto

Modo de fazer

1. Lave e descasque as batatas.

2. Cozinhe-as com sal até ficarem firmes, sem desmancharem.

3. Corte as batatas cozidas em rodelas.

4. Unte uma forma refratária com a manteiga e coloque as rodelas de batatas.

5. Derreta a manteiga, retire-a do fogo e acrescente o alho picado, a pimenta e o sal.

6. Derrame a manteiga temperada por cima das batatas.

7. Polvilhe o queijo e leve ao forno até dourar.

Tempo de preparo e cozimento: 30 minutos

Rendimento: 4 porções

Sugestão

v Sirva com carnes, peixe ou frango.

v O mesmo prato pode ser preparado com mandioquinha-salsa.

Pasta de alho com sal

Ingredientes

• 700 g de alho descascado

• 800 g de sal

• 250 mL de óleo de soja

Modo de fazer

1. Amasse bem o alho com máquina de moer carne, liquidificador ou pilão.

2. Transfira o alho esmagado para uma vasilha de plástico ou de vidro.

3. Adicione o sal e o óleo e misture até obter uma massa homogênea.

4. Coloque a pasta em frascos higienizados, tampe-os e mantenha-os em local fresco e escuro. Não é preciso manter em geladeira.

Tempo de preparo: 40 minutos

Rendimento: 1 kg

Sugestão

v Em vez de óleo de soja, pode-se usar azeite.


quinta-feira, 6 de julho de 2023

Alface: Como comprar, Como conservar, Como consumir

 

Originária da Europa e da Ásia, a alface pertence à família Asterácea, como a alcachofra, o almeirão e a chicória ou escarola. É conhecida desde 500 anos antes de Cristo.

Os teores de nutrientes variam um pouco entre os vários tipos de alface, mas todas fornecem vitaminas A, B1 e B2. A alface roxa destaca-se como fonte de fósforo, ferro e potássio; e a alface lisa, como fonte de potássio.

Juntamente com o tomate, é a hortaliça preferida para saladas por seu sabor agradável e refrescante e facilidade de preparo.

Como comprar

A alface pode ter a folha lisa ou crespa, mais ou menos recortada, com ou sem formação de cabeça. Dependendo da variedade, as folhas são de cor verde, vermelho-escuro, roxo ou verde com manchas roxas. Entre as variedades disponíveis no mercado encontram-se os tipos: lisa, crespa, mimosa, americana, romana e frisée. A alface tipo americana possui as folhas crocantes e forma cabeça arredondada, enquanto a alface romana possui folhas crocantes com nervuras bem salientes e forma cabeça alongada.

Quaisquer das alfaces citadas podem ser cultivadas no solo ou em solução nutritiva (mistura de água e nutrientes). A alface cultivada em solução nutritiva é chamada alface hidropônica.

As folhas de alface devem apresentar aspecto de produto fresco, ou seja, devem ser brilhantes, firmes, sem áreas escuras. Escolha a alface com cuidado pelo seu aspecto, sem amassá-la ou quebrar as folhas.

Em respeito aos outros consumidores, deve-se evitar pegar em todas as unidades expostas na banca.

Quando já picada e embalada ou em saladas prontas, a alface deve obrigatoriamente ser mantida em gôndolas refrigeradas.

Como conservar

Consuma em até 4 dias

A alface é uma das hortaliças que se estragam rapidamente. Fora da geladeira, deve ser mantida com a parte de baixo dentro de uma vasilha com água em local bem fresco, por até um dia. Quando conservada em geladeira, deve ser mantida em saco de plástico ou em uma vasilha de plástico tampada, retirando-se as folhas de acordo com a necessidade, por três dias a quatro dias. Se preferir guardá-la lavada, destaque as folhas, lave-as cuidadosamente, escorra o excesso de água e coloqueas em vasilha de plástico tampada. Quando já picada, deve ser mantida na embalagem original ou em vasilha de plástico tampada. A alface de hidroponia deve ser conservada com as raízes; assim durará por mais tempo.

A alface não tolera congelamento.

Como consumir

A mais tradicional forma de consumir alface é como salada, de preferência combinando alfaces de diferentes cores e texturas, acompanhadas ou não de hortaliças de sabor mais intenso, como rúcula e agrião.

Uma salada bem temperada também pode ser usada no recheio de sanduíches ou misturada a macarrão para obter uma refeição completa, com ou sem adição deingrediente de origem animal, como carne ou frango desfiado, atum, sardinha ou ovos cozidos.

Mas a alface também pode ser cozida, usada em outros tipos de preparo, como gratinados, risotos e refogados.

Nesse caso, dê preferência a variedades de folhas mais grossas e resistentes ao calor, como a alface romana.

Quando for consumi-la crua, devem-se lavar as folhas uma por uma em água corrente e depois deixá-las de molho em solução de sanitizantes à base de cloro próprios para hortaliças. Em seguida, as folhas devem ser enxaguadas com água filtrada.

Dicas

Corte a alface romana em duas ou quatro partes no sentido longitudinal, unte as folhas externas com azeite e grelhe-as na churrasqueira até que comecem a murchar. Sirva como acompanhamento.

Preferencialmente, sirva a alface separada do molho da salada, porque assim as sobras de alface poderão ser guardadas e usadas em outros pratos.


RECEITAS

Trouxinha de alface

Ingredientes

• 4 folhas de alface grandes lavadas

• 1 xícara (chá) de arroz cozido

• 1 xícara (chá) de carne moída temperada e refogada

• 1 xícara (chá) de milho cozido (ou palmito, ou ervilha)

• 1 colher (sopa) de azeitonas picadas

• 2 colheres de margarina

Modo de fazer

1. Misture o arroz, a carne moída e as azeitonas. Reserve.

2. Coloque a margarina numa frigideira, leve ao fogo e deixe derreter. Tire a frigideira do fogo, passe uma por uma as folhas de alface na margarina simplesmente para murchá-las levemente.

Cuidado para não deixar a alface por muito tempo na frigideira quente, pois murchará demais.

3. Abra cada folha de alface e coloque o recheio, junte as pontas da folha e prenda com palito de dente.

Tempo de preparo e cozimento: 20 minutos

Rendimento: 4 porções

Sugestão Sirva acompanhada de arroz.

Molho para salada de alface

Ingredientes

• 4 dentes de alho amassados

• 1 xícara (café) de vinagre

• Suco de 1 limão

• 1 colher (sopa) de azeite de oliva

• 1 colher (sopa) de mostarda em pasta

• Sal e orégano a gosto.

Modo de fazer

1. Misturar todos os ingredientes e servir.

Tempo de preparo: 20 minutos

Rendimento: 1 xícara

Sugestão Pode-se usar vinagre de vinho ou de maçã.



sábado, 13 de maio de 2023

Cultura do Morango

 

A Embrapa Uva e Vinho, em cumprimento de sua missão institucional e em consonância com as ações de transferência tecnológica da Empresa, vem disponibilizando, desde 2003, informações sistematizadas e atualizadas sobre produtos e processos relativos à cadeia produtiva da uva, do vinho e das frutas de clima temperado. Estas informações, denominadas de Sistemas de Produção, têm por objetivo facilitar o acesso do usuário às orientações técnicas que a Embrapa produz, organiza, valida e oferece para que produtores, técnicos, industriais e comerciantes obtenham a máxima qualidade e rentabilidade de sua atividade produtiva.

Reconhecidamente uma das espécies de maior sensibilidade a pragas e doenças, o morango é altamente exigente em práticas culturais desde o plantio até a pós-colheita. Esta sensibilidade faz com que produtores apliquem agroquímicos de forma muito intensa, frequentemente sem os necessários critérios técnicos. Estas atitudes, embora possam permitir obter frutas de boa aparência, podem limitar o mercado pela presença de resíduos, além dos danos ao ambiente e a saúde do produtor e do consumidor. Desta forma, surgem opções de sistemas alternativos de produção, como é o caso do sistema semi-hidropônico e a produção orgânica. É, portanto, uma alternativa importante de diversificação na propriedade, para a qual devem-se seguir estritamente as orientações técnicas com o intuito de obter-se um produto de qualidade e em acordo com a legislação vigente, bem como atendendo aos requisitos de um mercado sempre mais exigente.

A definição do estado da arte do Sistema de Produção de Morangos Semi-Hidropônicos é resultante de uma parceria muito efetiva entre pesquisadores, técnicos e produtores. Por esta razão, manifestamos nossos agradecimentos ao Sr. José Pasa, pelo fornecimento das mudas para a execução dos experimentos e aos Srs. Arlindo Calgaro, Mário Calvino Palombini e Gelso Colombo, pelo apoio na elaboração e execução das pesquisas para aprimoramento do presente sistema de produção.

Estamos certos de que, ao serem apresentadas estas orientações técnicas, produtores experientes podem aprimorar seu sistema de produção. Por outro lado, novos produtores poderão ingressar na atividade com um suporte técnico que possibilitará avançar com maior rapidez na busca de um produto de alto padrão de qualidade.

O morangueiro é uma planta herbácea estolonífera, perene, com caule semi-subterrâneo, conhecido como coroa (caule modificado). A coroa apresenta um tecido condutor periférico em espiral nos dois sentidos unido às folhas. A medula é proeminente e muito suscetível às geadas. Na medida que a coroa envelhece pode originar de 8 a 10 novas coroas laterais.

As folhas se originam da coroa de forma helicoidal com forma e cor variando conforme a cultivar. Em geral, são trifoliadas com um par de estípulas triangulares na base, às vezes, apresentam um par de pequenos folíolos abaixo dos normais. Os folíolos são dentados, de cor verde escuro na face superior e acinzentada e pilosa na face inferior. As folhas têm 300 a 400 estômatos/mm², um número bem maior que os de outras culturas, como por exemplo, da macieira, que possui 246 estômatos/mm². Esta característica faz com que a cultura seja muito sensível à falta de água, baixa umidade relativa, alta temperatura e intensidade e duração da luz.

O morangueiro possui estolões ou caules que se desenvolvem a partir das gemas basais das folhas, crescem sobre a superfície do solo e têm a capacidade de emitir raízes e dar origem a novas plantas.

O pedúnculo floral é ereto, curvando-se após a polinização.

As flores são hermafroditas e hemicíclicas. O cálice é formado por brácteas unidas na base. As pétalas são livres, lobuladas, brancas ou avermelhadas, dispostas ao redor do receptáculo proeminente o qual, após a fecundação dos pistilos, se transforma no "morango". Desta forma, os "morangos" são frutos falsos, sobre os quais se encontram os aquênios, que são os frutos verdadeiros. Os estames, em número superior a 20 são numerosos e estão localizados ao redor do receptáculo. Os estames possuem filamentos longos ou curtos, que podem apresentar anteras férteis ou estéreis. Os pistilos são numerosos (entre 200 e 400), têm ovário com um só óvulo e dispostos em forma de espiral.

As raízes originam-se das coroas na forma de um sistema fasciculado, crescem principalmente nas épocas de dias curtos (<12 horas de luz), no outono e no início do inverno, sendo, neste caso, necessário utilizar cobertura plástica para elevar a temperatura do solo, condição que favorece o crescimento radicular.

A cultura responde de forma diferente às combinações de temperatura e de comprimento do dia. Assim, a formação de estolões e o desenvolvimento de folhas são favorecidos sob condições de dias longos e temperatura elevada. A indução floral ocorre com temperatura baixa e dias curtos e a frutificação, em dias longos e temperaturas amenas.

O morangueiro é cultivado, no Brasil, em várias formas: no solo, com ou sem cobertura plástica, em túneis baixos ou em estufas, ou no sistema hidropônico, com ou sem substrato. O sistema hidropônico conduzido em substrato é conhecido no país como semi-hidropônico.

A cultura é desenvolvida, em grande parte, por agricultores familiares que possuem áreas de cultivo pequenas. Visto que, para estabelecer culturas sucessivas é recomendado fazer rotação de culturas, para evitar o aumento da incidência de podridões de raízes e do colo por fungos, e pela crescente conscientização do produtor em relação ao risco do uso de agrotóxicos, os produtores de morango têm procurado novas maneiras para dar continuidade às suas atividades.

Uma alternativa para contornar esse problema é produzir morangos em ambiente protegido onde é limitado o ataque de pragas e doenças da parte aérea. Neste caso, o morango é produzido em substrato artificial sem contaminação por fungos fitopatogênicos e com fertirrigação (sistema semi-hidropônico). Esta alternativa é de grande importância para os produtores, pois assegura a rentabilidade da atividade reduzindo a demanda de agrotóxicos na cultura. O cultivo protegido também evita a ocorrência de chuvas, geadas e, em locais com invernos mais rigorosos, da neve, sobre as plantas.




quinta-feira, 16 de março de 2023

Alcachofra, como comprar, conservar e consumir

 

A alcachofra é uma hortaliça para paladares refinados, trazida para o Brasil pelos italianos. Pertencente à família Asterácea, a mesma da alface, chicória e girassol, é nativa da região mediterrânea e cultivada como planta perene. Consome-se o botão floral, formado por um conjunto de escamas e uma base carnosa de onde saem as escamas. A alcachofra é fonte de vitamina C, ácido fólico e de sais minerais como magnésio e potássio. Possui poucas calorias

Como comprar

Há diferentes formas de botões, desde os compridos e pontudos, até aqueles com extremidade redonda ou quase achatada. Os dois grupos principais são os de botões verdes e os de botões arroxeados. No presente texto, somente a alcachofra de botões arroxeados será considerada, por ser o tipo em geral encontrado no mercado brasileiro.

Os botões devem estar bem fechados, com as escamas bem aderidas e com a tonalidade roxo escuro na ponta e verde na base. Quando a cor roxa começa a ficar mais clara, as escamas ficam fibrosas e de baixa qualidade e ocorre o afrouxamento das mesmas. Evite alcachofras com talos murchos, com áreas machucadas que se tornam escuras ou com mofo. A alcachofra é muito sensível ao manuseio, portanto escolha-as com cuidado sem machucá-las.

Como conservar

A alcachofra pode ser refrigerada, mantendo a aparência de produto fresco por até quatro dias, desde que sejaacondicionada dentro de sacos de plásticos. Pode ser guardada até na parte superior da geladeira, pois tolera temperaturas

baixas.  Os botões não devem ser lavados antes de colocados na geladeira. Para congelar a alcachofra lave-as bem, corte o talo rente à base e apare cerca de 2 cm da ponta das escamas. Coloque em vasilha ou saco de plástico e leve ao congelador. A alcachofra pode ser mantida congelada por até 3 meses.

Como consumir

A alcachofra é uma excelente entrada, acompanhada de molhos de queijo, manteiga ou vinagrete. Serve de recheio, base para molho ou preparo de massas. É usada como guarnição para acompanhar carne, frango ou peixe. Também pode ser utilizada como sobremesa.

Com uma faca afiada corte o talo próximo à base, e descarte as pontas das escamas. Até prepará-la, mantenha-a em água com limão ou vinagre para que não perca a cor natural.

As flores bem pequenas podem ser servidas cozidas inteiras ou cortadas em fatias bem finas. Quando as flores são maiores, a maneira tradicional de preparo é o cozimento em água com sal e suco de limão. Este cozimento deve ser feito por cerca de 30 minutos, ou até que as escamas se soltem com facilidade. Para consumi-la, serve-se a flor inteira, suga-se a seiva das escamas uma a uma, depois de passá-las no molho de vinagrete ou outro molho de acordo com a preferência. Depois de tirar todas as escamas tem-se o fundo ou coração. Esta parte, de textura bastante tenra também é consumido, da mesma maneira que as escamas, ou seja, com o molho de sua preferência. O fundo também pode ser usado sozinho, para preparar diferentes pratos como pastas, massas, acompanhamento de carnes diversas.

Para descongelar a alcachofra deixe-a na parte baixa da geladeira de um dia para o outro ou por quatro horas à temperatura ambiente, antes do preparo do prato. Em seguida, cozinhe-a em água fervente com sal e algumas gotas de limão, com a ponta das escamas para cima.

Alcachofra com molho holândes

Tempo de preparo : 1 hora e 40 MIN / Rendimento : 4 porções

Ingredientes

4 alcachofras

3 gemas

Suco de 1 ½ limão

½ xícara (chá) de manteiga

Sal a gosto

Como Fazer

1.Com uma tesoura, corte a base e a ponta das folhas. Passe suco de limão nas áreas cortadas para evitar seu escurecimento.

2.Retire as folhas soltas da base. Cozinhe a alcachofra, com as pontas das folhas para cima, numa panela com água fervente temperada com sal e algumas gotas de limão.

3.Deixe cozinhar em panela tampada até as folhas ficarem macias e se destacarem facilmente.

4.Retire o centro da alcachofra e recheie com o molho holandês. 

Como fazer o molho holandês:

1.Misture bem as gemas ao suco de limão, formando um creme.

2.Coloque o creme numa panela e leve para cozinhar em banho maria em água em ponto de ebulição.

3.Adicione um pouco da manteiga e misture bem até derreter.

4.Junte o restante da manteiga e bata até engrossar, acrescente sal a gosto e retire do fogo. Em seguida, coloque o creme no centro das alcachofras. Sirva bem quente.

Sugestão: pode ser servido com outro molho, ou simplesmente com manteiga derretida e salpicado com queijo ralado.

Alcachofra com palmito

Tempo de preparo : 2 horas e 30 MIN / Rendimento : 4 porções

Ingredientes

8 alcachofras

½ xícara (chá) de azeite

1/3 xícara (chá) de suco de limão

1 colher (sobremesa) de açúcar

½ colher (chá) de mostarda

½ colher (chá) de manjericão seco

1 dente de alho pequeno picado bem miúdo

250 g de palmito cortado em fatias

1 colher (sopa) de pimentão vermelho picado

Sal e pimenta a gosto.

Como Fazer

1.Cozinhe as alcachofras e escorra-as bem; retire a parte fibrosa e utilize o fundo da alcachofra cortando-o em pedaços.

2.Numa tigela grande, misture o óleo, o suco de limão, o açúcar, o sal, a pimenta, a mostarda, o manjericão e o alho.

3.Adicione os fundos de alcachofra, as fatias de cogumelo e o pimentão picado e misture bem. Cubra e leve à geladeira, mexendo ocasionalmente. Sirva depois de pelo menos 2 horas.

Sugestão: o palmito pode ser substituído por batata.

Alcachofra com recheio de atum

Tempo de preparo : 2 horas e 30 MIN / Rendimento : 2 porções

Ingredientes

2 alcachofras grandes

½ xícara (chá) de vinagre

1 litro de água

Recheio

1 lata de atum

½ xícara (chá) de maionese

1 colher (sopa) de cebola ralada

½ xícara (chá) de cebolinha

1 colher (chá) de mostarda

Sal e pimenta a gosto.

Como Fazer

1.Lave as alcachofras, corte as pontas de todas as folhas e coloque-as numa vasilha.

Cubra-as completamente com uma mistura de 1 litro de água para ½ xícara (chá) de vinagre e deixe-as de molho por 10 minutos.

2.Retire-as da mistura de água com vinagre e coloque-as com a ponta do cabo para cima, em uma panela cheia de água e deixe cozinhar até que fiquem macias.

3.Após o cozimento, retire-as e escorra-as em uma peneira ou escorredor.

4.Retire os centros das alcachofras e preserve as folhas laterais.

5.Abra delicadamente as folhas e distribua o recheio de atum no centro.

6.Coloque as alcachofras em uma panela, junte um copo (tipo americano) de água ao recheio que sobrou e regue as alcachofras. Tampe e cozinhe por alguns minutos.

Sugestão: O recheio de atum pode ser substituído por creme de queijo ou de alho e óleo.

Dicas

Temperos que combinam com a alcachofra: alho, tomilho, sal, limão, louro, pimenta-do-reino, manjericão, mostarda, vinagre de maçã.

• A água de cozimento da alcachofra pode ser aproveitada no preparo de sopas, cozidos e caldos.



sexta-feira, 3 de março de 2023

Doenças da Cenoura

 

Estão registradas no Brasil mais de quinze doenças de cenoura, causadas por fungos, vírus, bactérias e nematóides. Destas, um número relativamente pequeno é responsável pela maior parte dos danos ocorridos na cultura.

O controle destas enfermidades tem sido feito através do uso de cultivares resistentes e/ou fungicidas, bem como pelo emprego correto das práticas culturais.

Podridão de pré e pós-emergência

Dentre os vários patógenos envolvidos na ocorrência de podridões em cenoura tem-se: Alternaria dauci, Alternaria radicina, Pythium sp., Rhizoctonia solani e Xanthomonas campestris pv. carotae. A podridão de pré-emergência resulta em falhas no estande.

Na podridão de pós-emergência, também chamada de tombamento, as plântulas apresentam um encharcamento na região do hipocótilo rente ao solo, provocando reboleiras de plantas tombadas ou mortas. O controle só é eficiente quando se utilizam sementes de boa qualidade, rotação de cultura, adequada profundidade de plantio e manejo adequado de água.

Queima-das-folhas

É a doença mais comum da cenoura. É causada por Alternaria dauci, Cercospora carotae e Xanthomonas campestris pv. carotae. Caracteriza-se principalmente por uma necrose das folhas (Figura 1) que, dependendo do nível de ataque pode causar a completa desfolha da planta e, consequentemente, resultar em raízes de tamanho pequeno.

Fig. 1. Queima das folhas, causada por Alternaria dauci, Cercospora carotae e Xanthomonas campestris pv. carotae.

Os três patógenos que causam a queima-das-folhas podem ser encontrados na mesma planta, e até em uma única lesão.

É difícil determinar o(s) agente(s) causal(is) envolvido(s) pelos sintomas nas folhas, principalmente porque os cultivares reagem de maneira diferenciada ao ataque. A Alternaria dauci produz lesões nas folhas mais velhas e é caracterizada por necrose da borda dos folíolos, enquanto Cercospora carotae produz lesões individualizadas.

Os sintomas produzidos por X. campestris pv. carotae são indistinguíveis dos outros, embora, sob condições de alta umidade, seja comum uma exudação sobre as lesões bacterianas.

As cultivares do grupo "Nantes" são as mais suscetíveis à queima-das-folhas, e por isso necessitam da aplicação preventiva de fungicidas para o controle. As cultivares Brasília, Kuroda e Kuronan e outras adaptadas ao plantio de verão têm um bom nível de resistência a esta doença, praticamente dispensando o controle químico.

As cultivares do grupo Kuroda (Kuroda Nacional, Shin Kuroda, Nova Kuroda, Kuroda) apresentam diferenças entre si quanto à resistência . Portanto, a escolha de uma cultivar deste grupo deve levar em conta a sua procedência.

A cultivar Brasília, em certas condições, pode apresentar alguma suscetibilidade à C. carotae, requerendo algumas pulverizações.

O controle químico, quando os três patógenos estão presentes, deve ser feito com produtos à base de cobre (mais eficientes contra Xanthomonas campestris pv.carotae), intercalados com outros fungicidas ditiocarbamatos que estjam registrados para a cultura da cenoura (Tabela 1).

Podridão das raízes

Em geral é causada pelos fungos Sclerotium rolfsii, Sclerotinia sclerotiorum (Figura 2)ou pela bactéria Erwinia carotovora (Figura 3). As plantas atacadas apresentam crescimento reduzido com as folhas superiores amareladas, as quais tornam-se murchas no horário mais quente do dia.

Fig. 2. Planta atacada por Sclerotium rolfsii

Fig. 3. Raiz atacada por bactéria Erwinia caratovora


Os dois primeiros patógenos produzem podridão mole acompanhada da formação de escleródios e profuso crescimento micelial branco. Os escleródios de Sclerotinia sclerotiorum são de cor preta, irregulares, com até 1 cm de comprimento, e os deSclerotium rolfsii são menores, redondos, assemelhando-se a sementes de mostarda.

A bactéria Erwinia carotovora produz uma podridão mole em pequenas áreas das raízes, que se expandem sob condições de altas temperatura e umidade. As podridões ocorrem no campo quando a umidade do solo é excessiva.

Portanto, é essencial que se cultive a cenoura em solos que não acumulem muita água, que o plantio em época chuvosa seja feito em canteiros mais altos, e que a irrigação seja adequada, evitando-se o excesso de água. O controle químico normalmente não é econômico para nenhum dos três patógenos.

Após a colheita, ocorrem podridões secas e podridões moles, sendo essas últimas as mais importantes. O principal agente das podridões é a bactéria Erwinia carotovora, que causa grandes perdas quando as raízes são colhidas em solos molhados e/ou após a lavadas, as raízes não são adequadamente secas antes de serem embaladas (encaixotadas).


Nematóides

As espécies dos nematóides das galhas Meloidogyne incognita, M. javanica, M. arenariae M. hapla são os mais importantes nos cultivos de cenoura no Brasil. As plantas infectadas mostram crescimento reduzido e amarelecimento nas folhas semelhante ao sintoma de deficiência mineral.

As raízes tornam-se de tamanhos reduzidos com deformações devido a intensa formação de galhas (Figura 4).

Fig. 4. Raízes atacadas por nematóide de galhas  


A rotação de cultura e resistência genética são os principais e mais eficientes métodos de controle dos nematóides. A rotação com plantas do gênero Stylosanthes, Crotalaria e Styzolobium por um período mínimo de 120 dias, reduz a população dos nematóides e melhora as propriedades físicas do solo.

A rotação com tagetes e graminea como milho e sorgo é também utilizada em solos infestados para reduzir a população dos nematóides. Além do uso da rotação de culturas em áreas infestadas, recomenda-se também fazer arações e gradagens profundas em dias secos e quentes, para matar os nematóides por excesso de desidratação e calor.

O uso de cultivares resistentes como Brasília e Alvorada, bem como a aplicação de nematicidas registrados como Carbofuran, são outras medidas de controle dos nematóides que complementam a rotação de culturas.



CANAL DE VÍDEOS AGRÍCOLAS

CANAL DE VÍDEOS AGRÍCOLAS
CLIQUE NA IMAGEM ACIMA E VISITE NOSSO BLOG COM MAIS DE 300 VÍDEOS AGRÍCOLAS DO NOSSO CANAL DO YOUTUBE