google.com, pub-8049697581559549, DIRECT, f08c47fec0942fa0 HORTA E FLORES: 2018

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Cultivo da Pastinaca



Pastinaca sativa

A pastinaca, também conhecida como pastinaga, cherovia ou cherivia, é uma planta cujas raízes são consumidas geralmente cozidas, fritas ou assadas, embora também possam ser consumidas cruas. Na maioria das cultivares as raízes se parecem com cenouras brancas, embora existam algumas cultivares cujas raízes têm uma forma mais arredondada.

Muito cultivada na Europa em tempos antigos, seu cultivo perdeu importância com a introdução do cultivo da batata. Também foi utilizada como fonte de açúcar na Europa antes do cultivo da beterraba e da cana-de-açúcar.

Plantas de pastinaca
A pastinaca é cultivada principalmente em regiões de clima temperado, pois baixas temperaturas aumentam o teor de açúcar das raízes 

Clima
A pastinaca é apropriada para cultivo em regiões onde faz frio no inverno, pois baixas temperaturas podem aprimorar o sabor das raízes, deixando-as mais doces. No entanto, pode ser cultivada em regiões de clima subtropical nos meses de clima ameno.

Luminosidade
A pastinaca é melhor cultivada em lugares ensolarados, mas pode tolerar sombra parcial com boa luminosidade.

Solo
Cultive em solo bem drenado, leve, profundo, sem pedras e outros detritos, fértil e rico em matéria orgânica. Não é necessário que o solo seja rico em nitrogênio.

Irrigação
Irrigue de forma a manter o solo sempre úmido, sem que fique encharcado.

Muda de pastinaca ou cherovia
Muda de pastinaca

Plantio
O plantio da pastinaca em regiões de clima temperado é feito na primavera, tão cedo quanto as condições climáticas permitam. Em regiões mais quentes que têm um inverno ameno, o plantio pode ser feito no início do outono.

O plantio é feito por sementes, que preferencialmente devem ser semeadas no local definitivo, pois as mudas não toleram bem o transplante. Se semeadas em sementeiras, o transplante deve ser feito tão cedo quando possível, com cuidado para não prejudicar a raiz da muda. As sementes devem ficar a aproximadamente 1,5 cm de profundidade.

O espaçamento recomendado é de 30 cm entre as linhas de plantio, com 15 cm entre as plantas para obter raízes de maior tamanho, ou 7 cm para obter raízes de tamanho menor.

Tratos culturais
Retire plantas invasoras que estejam concorrendo por recursos e nutrientes.

A seiva da pastinaca pode provocar fitofotodermatite na pele, assim as pessoas que vão manusear as plantas devem usar proteção adequada para evitar o contato da pele com a seiva da planta.

Pastinacas ou cherovias
A folhagem da pastinaca deve ser manuseada com luvas e outras vestimentas de proteção, pois a seiva pode provocar graves lesões na pele, especialmente em dias ensolarados 

Colheita
A colheita da pastinaca em regiões de clima frio é geralmente realizada no outono ou inverno, preferencialmente após um período de baixas temperaturas e da ocorrência de geadas (baixas temperaturas promovem a conversão de amido em açúcar). Em outras regiões, a colheita pode ser feita de 120 a 180 dias após o plantio, dependendo da cultivar.

As raízes podem ser deixadas no solo e colhidas conforme a necessidade até o início da primavera. Em regiões onde o inverno é muito rigoroso, uma camada de palha ou serragem pode ser colocada sobre o solo para evitar que este congele, o que dificultaria a retirada das raízes do solo.

A pastinaca é uma planta bianual, produzindo flores e sementes no segundo ano. As raízes, entretanto, tornam-se lenhosas no segundo ano, e assim devem ser colhidas antes que a planta volte a brotar.


domingo, 14 de outubro de 2018

Cultivo da Couve Pak Choi



Brassica rapa var. chinensis

A pak choi, também chamada de bok choi ou bok choy, couve pak choi e acelga chinesa, é uma hortaliça muito cultivada na China e outros países do sudeste da Ásia, e seu cultivo também está crescendo no ocidente. É uma hortaliça da mesma espécie do nabo e da couve chinesa, e suas folhas são muito apreciadas em pratos cozidos ou refogados. As folhas mais jovens podem ser consumidas cruas em saladas.

Pak choi ou bok choi
A pak choi ou bok choi é uma hortaliça da mesma espécie do nabo e da couve-chinesa

Clima
A couve pak choi é uma hortaliça de clima ameno, crescendo melhor entre 15°C e 20°C. A maioria das cultivares tolera baixas temperaturas e geadas leves. Poucas cultivares toleram altas temperaturas.

Luminosidade
A couve pak choi pode ser cultivada com iluminação solar direta ou em sombra parcial.

Couve pak choi
A maioria das cultivares de pak choi ou bok choi suportam bem baixas temperaturas e geadas leves

Solo
Cultive em solo bem drenado, fértil e rico em matéria orgânica.

Irrigação
Irrigue de forma a manter o solo sempre úmido, sem que fique encharcado. Esta hortaliça é sensível à falta de água.

Mudas de pak choi
Pak choi recém germinada

Plantio
As sementes podem ser semeadas no local definitivo da horta ou em sementeiras, vasos pequenos ou copinhos de plástico ou de jornal, e transplantadas quando as mudas tiverem 5 cm de altura.

O espaçamento recomendado entre as plantas varia com o tamanho da cultivar e as condições de cultivo, indo de 10 cm para as menores cultivares a 45 cm para as maiores. Uma opção é plantar com o menor espaçamento e, conforme as plantas vão crescendo, ir colhendo algumas de forma a atingir um espaçamento maior quando as plantas estiverem bem desenvolvidas.

Plantação de couve Pak Choi
A couve pak choi não é muito conhecida no ocidente, mas é muito popular no leste e no sudeste da Ásia

Tratos culturais
Retire plantas invasoras que estiverem concorrendo por recursos e nutrientes.

Pak choi ou bok choi
A pak choi pode ser colhida em qualquer estágio de  desenvolvimento, mas idealmente são colhidas apenas quando as plantas estão bem desenvolvidas 

Colheita
A colheita das folhas de pak choi pode ser feita em qualquer momento durante o ciclo de vida das plantas, mas o ideal é que a colheita ocorra somente a partir de 6 a 10 semanas após o plantio, retirando as folhas individualmente quando necessário ou colhendo todas as folhas. Cortar a planta a pelo menos 2,5 cm do solo permite que a planta rebrote e produza uma nova colheita.

A planta pode florescer precocemente se as condições de cultivo não forem as ideais. Neste caso, faça a colheita de todas as folhas.



quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Pós-Colheita do Brócolis


Classificação
Subsequente à colheita, os produtos são levados para o galpão de embalagem, onde é feita a seleção quanto ao aspecto visual e à uniformidade das inflorescências, eliminando as com podridões ou danos fisiológicos.
A classificação de hortaliças por tamanho e qualidade tem como objetivo a separação do produto em lotes homogêneos, trazendo transparência na comercialização, melhores preços para produtores e consumidores, menores perdas e melhor qualidade, o que é primordial para essa cultura.
Ainda não há classificação de qualidade estabelecida para comercialização de brócolis no Brasil. Nas Centrais de Abastecimento, são comercializados brócolis em caixas de plásticos ou de madeira, comumente com 8 ou 12 “cabeças” do tipo inflorescência única. As caixas de madeira, embora ainda utilizadas, apresentam desvantagens, tais como contaminação microbiológica e danos mecânicos provocados por abrasão ou farpas.
Em alguns locais são utilizadas caixas plásticas maiores, com capacidade para um número elevado de inflorescências, visando ao mercado atacadista. 
Esses engradados, porém, causam danos pelo atrito no transporte (Figura 30A). A longa distância de transporte requer que se mantenham folhas para proteção (Figura 30B), o que gera gastos ao comprador ou revendedor, sendo necessária mão de obra para sua posterior retirada. Pode-se, ainda, fazer a utilização de bandejas de poliestireno cobertas com filme plástico (Figuras 30C e 30D). 
O tipo ramoso é comercializado comumente nas categorias extra ou especial, em embalagens com 12 maços. Para a indústria, são utilizadas as mesmas caixas plásticas, em alguns casos, com floretes já cortados (Figuras 31A e 31B).

Figura 30. Caixas de plástico e madeira utilizadas para transporte de inflorescências de brócolis com ou sembandeja e embalagem plástica.

Figura 31. Floretes cortados para a indústria de congelamento – transporte.

Armazenamento
De forma geral, a vida útil das hortaliças é inversamente proporcional à taxa respiratória do produto. Os brócolis apresentam uma das taxas respiratórias mais altas entre as hortaliças, e exigem maiores cuidados para manter a sua qualidade. 
A temperatura é o fator que mais influencia na deterioração dos produtos vegetais.
A exposição dos brócolis a temperaturas inadequadas causa rápido amarelecimento dos botões florais e deterioração do produto.
Com isso, a começar pela colheita, o produto deve ser colhido nas horas mais frescas do dia, sem exposição ao sol, e colocado em locais sombreados. Se o produto for transportado por longas distâncias para comercialização ou para processamento, deve ser resfriado rapidamente após a colheita e, posteriormente, armazenado sob temperaturas de 0 oC a 5 oC.
A umidade relativa deve ser mantida em torno de 95%. De forma geral, para manter a boa qualidade dos brócolis, eles devem ser protegidos contra variações de temperatura, perda de água, gases prejudiciais ou voláteis e injúrias físicas durante o transporte e comercialização. 
A temperatura ótima para o armazenamento dos brócolis é de 0 oC a 5 oC.
Os brócolis perdem água após a colheita por meio da transpiração e o produto pode murchar, tornando-se fibroso, murcho e sem sabor, o que compromete a aparência e o peso comercial. O vapor d’água dos tecidos vegetais tende a escapar, pois a umidade relativa do ambiente é usualmente menor do que 100%.
Sem a refrigeração, os brócolis apresentam curto tempo de comercialização – cerca de 2 dias. Em temperatura ambiente, as inflorescências perdem peso e coloração rapidamente, com degradação da clorofila (pigmento verde), alta taxa de respiração e ação de enzimas de oxidação.
Em temperatura ambiente, as inflorescências do tipo única comercializadas para consumo in natura têm vida útil pouco maior que as do tipo ramoso. Em geladeira doméstica, podem ser mantidas por até 4 dias, dentro de embalagens plásticas perfuradas.
Com a refrigeração, esse tempo pode ser estendido, o que propicia impacto favorável na distribuição e comercialização do produto.
É muito importante que a cadeia de frio não seja quebrada, caso contrário, pode-se propiciar uma camada de água na superfície do produto, criando ambiente favorável ao desenvolvimento de microrganismos e também ao amarelecimento dos floretes (Figuras 32A e 32B).
Nos Estados Unidos, os produtos altamente perecíveis como os brócolis são resfriados com gelo e transportados em caixas de papelão ou poliestireno (isopor), em caminhões do tipo baú. O uso de gelo é feito durante a colheita, no processo de embalagem realizado no campo ou em centrais deseleção. O gelo é picado ou injetado seco, colocado nas embalagens, preenchendo os espaços vazios, e tem contato direto com o produto recém-colhido. Além disso, ressalta-se que os brócolis, que normalmente perdem sua turgidez (água), recuperam-se aos poucos a partir da água resultante do derretimento do gelo, mantendo seu aspecto viçoso por maior tempo.

Figura 32. Inflorescências com sintomas de crescimento de fungos (circuladas em vermelho) e amarelecimento emdiferentes condições de temperatura e armazenagem.

Processamento mínimo
Frutas e hortaliças minimamente processadas são vegetais que passaram por processos, mas foram mantidos em seu estado fresco e metabolicamente ativos.
Esse processo propicia maior praticidade para o consumo. Os brócolis do tipo inflorescência única são tenros e permitem o processamento, por isso vêm ganhando mercado nos últimos anos. 
As etapas do processamento mínimo de brócolis são as seguintes: 
a) recepção e seleção da matéria-prima; 
b) primeira lavagem e resfriamento rápido, corte dos floretes; 
c) segunda lavagem, sanitização e enxague; d) centrifugação e secagem; 
e) embalagem, selagem
e etiquetagem; 
f) armazenamento e distribuição.


O fluxograma que apresenta essas etapas encontra-se na Figura 33.
Recepção, seleção e pesagem da matéria-prima - a matéria-prima, ao ser recebida, deve ser selecionada quanto à qualidade visual e uniformidade das cabeças de brócolis, características que facilitam todas as etapas de processamento, aumentando a produtividade e a qualidade do produto.
A pesagem da matéria-prima é necessária para controle do processo, formulação do produto e controle de qualidade.

Primeira lavagem e resfriamento rápido - a primeira lavagem da matéria-prima é feita em caixas plásticas ou tanques inoxidáveis, com água clorada ou detergente apropriado para lavagem de vegetais. A temperatura da água deve ser de 5 °C a 10 °C, para reduzir a sujidade dos floretes e o calor recebido no campo.

Corte e seleção dos floretes – os floretes devem ser cortados na base, com facas de aço inoxidáveis, bem afiadas e periodicamente desinfetadas.

Segunda lavagem e sanitização e enxágue – os floretes devem ser submetidos a uma nova lavagem, com água de boa qualidade em temperatura de 5 °C, a fim de retirar os possíveis resíduos que ainda restem, além de reduzir eventuais contaminações microbiológicas decorrentes da manipulação.
Para a sanitização, deve-se preparar uma solução de 100 mg a 150 mg de cloro para 1 L de água. Os brócolis devem ficar em contato com a solução por, no mínimo, 10 minutos. O produto deve ser enxaguado após o tratamento com cloro.

Centrifugação e secagem – os floretes devem ser submetidos à centrifugação para retirada do excesso de água, visando melhorar a apresentação e aumentar a vida útil do produto.

Embalagem, selagem e etiquetagem – o acondicionamento depende do mercado alvo, podendo variar de 1 kg a 5 kg para o mercado institucional, e de 200 g a 300 g para o mercado varejista. Após a pesagem do produto e seu acondicionamento, a embalagem de plástico é fechada e selada longitudinalmente com o auxílio de seladora elétrica.

Armazenamento e distribuição – produto deve ser armazenado em câmaras frias entre 1 °C e 5 °C. Na distribuição e comercialização, o produto deve ser mantido em cerca de 5 °C, para que não ocorra perda da qualidade e para que todo o esforço dispensado nas etapas anteriores, desde o cultivo até processamento do produto, não seja perdido. 
Depois do processamento, o produto deve ser distribuído o mais rápido possível em caminhões refrigerados à temperatura de 5 °C. Mantendo-se a cadeia de frio na comercialização, o produto pode ser conservado por até 15 dias.



quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Colheita do Brócolis



Colheita do Brócolis

A colheita é realizada manualmente, e as condições do produto nesse período determinam seu comportamento subsequente e sua qualidade final. Nesse contexto, no momento da colheita são necessários certos cuidados para que se obtenham características de boa qualidade no momento do consumo. Hortaliças como os brócolis, que são colhidos imaturos ou ainda em fase de crescimento, deterioram-se rapidamente porque têm atividade metabólica elevada e poucos nutrientes de reserva.
A forma e a compacidade dos brócolis são um importante critério para determinar o momento certo para a colheita. Os brócolis devem ser colhidos no estádio de desenvolvimento adequado e nos horários mais frescos do dia. A determinação do ponto de colheita dos brócolis não é tão simples e depende do tipo (ramoso ou de inflorescência única). Normalmente devem ser colhidos quando as inflorescências atingirem seu crescimento pleno, observando a uniformidade de formação dos botões florais.
A colheita requer bom padrão de higiene no campo, com uso de embalagens adequadas, normalmente contentores plásticos, limpos, desinfetados e que permitam empilhamento, a fim de reduzir o contato com o solo e facilitar o transporte.
No tipo ramoso, o início da colheita ocorre cerca de 90 dias após a semeadura e produz colheitas sucessivas, de 3 a 4 meses, com intervalos de 7 a 10 dias, juntando os ramos colhidos em maço(Figura 28A).
Contudo, a depender das condições ambientais, é possível que se tenha ciclos mais curtos ou longos. Como exemplo, na Amazônia Central, os produtores que dão preferência à cultivar Ramoso Piracicaba realizaram cinco colheitas, com no máximo 2 meses de produção, obtendo média de 700 g por planta.
Apesar de o rendimento produtivo médio estar abaixo da média nacional, em torno de 45% a menos, o ganho monetário de forma geral pode ser bem compensatório, desde que analisadas as vantagens e desvantagens do mercado na região. A confirmação da possibilidade de exploração dessa olerícola em escala comercial na Amazônia supera-se a cada ciclo, o que reforça a necessidade de novas pesquisas que possam incrementar a produtividade.

Para o tipo inflorescência única, o ciclo de produção pode variar de 90 a 130 dias.

A colheita é realizada com um corte na base da primeira folha, no momento em que as inflorescências atingem o crescimento
máximo, apresentando-se compactas e com os grânulos bem fechados (Figuras 28B e 29). Inicialmente, colhe-se a inflorescência principal; em seguida, em alguns casos, colhem-se também as laterais para o mercado in natura. Estas últimas são de menor diâmetro e são embaladas juntas em bandejas cobertas por filme plástico. A homogeneidade das colheitas é influenciada pelo clima e, principalmente, pela cultivar utilizada.
O mercado para consumo in natura tem dado preferência às inflorescências do tipo única, de coloração verde-escura, compactas, de boa granulometria, com tamanho médio, de 300 g a 400 g de peso e diâmetros entre 12 cm e 15 cm.

As indústrias processadoras preferem essas características, porém também utilizam inflorescências de maior peso e diâmetro. Para congelamento, os floretes de comprimento (da base ao topo) possuem tamanho padrão entre 4 cm e 10 cm e são cortados em campo pelos produtores fornecedores localizados em menor distância ou na própria indústria, em condições higienizadas.
A produtividade normal do tipo ramoso varia de 10 mil a 18 mil maços de 1 kg/ha.
Com relação ao tipo inflorescência única, podem ser colhidos mais de 20 mil plantas por hectare, dependendo do espaçamento utilizado, com produtividades que variam de 7 t/ha a 22 t/ha.


Figura 28. Inflorescências recém-colhidas: maços do tipo ramoso (A) e inflorescência única (B).





domingo, 16 de setembro de 2018

Produção de biofertilizante líquido



Fertilizante natural obtido a partir da fermentação da matéria orgânica, o biofertilizante líquido é uma alternativa de baixo custo que pode ser adotada para a adubação de hortas e pomares domésticos. Pode possuir composição altamente complexa e variável, dependendo do material empregado para sua produção, contendo quase todos os macro e micro elementos necessários à nutrição vegetal. No Prosa Rural desta semana, a pesquisadora Maria Sonia Lopes da Silva, da Embrapa Solos-UEP Nordeste, explica como produzir o biofertilizante líquido e quais os métodos de aplicação do produto em hortas e pomares de agroecossistemas de base familiar.

Por se tratar de um produto obtido da fermentação (processo resultante da ação de seres vivos como bactérias, leveduras e bacilos), os biofertilizantes, quando aplicados devidamente, também podem auxiliar o produtor no controle de pragas e doenças, combatendo insetos prejudiciais às culturas agrícolas. Assim, além de contribuir efetivamente para nutrição do solo e da planta, o produto pode atuar como um protetor natural dos cultivos, apresentando as vantagens adicionais de causar menos danos ao ambiente e não representar perigo para a saúde humana.

Os biofertilizantes líquidos podem ser usados em culturas anuais e perenes, em sistemas convencionais e orgânicos, sendo  utilizados, principalmente, em hortas e pomares de áreas de agricultura familiar de base ecológica. Podem ser aplicados sobre a folha (adubo foliar), sobre as sementes ou sobre o solo . A absorção pelas plantas se dá com muita rapidez, de modo que é muito útil para as culturas de ciclo curto ou no tratamento rápido de deficiências nutricionais das plantas.

Existem algumas formulações prontas do biofertilizante líquido disponíveis para compra em lojas agropecuárias. "Porém, recomendamos que o melhor, mais seguro e mais barato para o produtor é fabricar seu próprio biofertilizante", aconselha Maria Sonia. O resíduo sólido resultante da produção do biofertilizante líquido, chamado de borra, pode ser curtido e utilizado como adubação de fundação por ocasião do plantio ou como adubação periódica aplicada em torno da copa da planta. "Essa borra pode ser usada ainda em uma nova fabricação do produto, acelerando o processo de fermentação", explica a pesquisadora.

Saiba mais sobre biofetilizantes líquidos no Prosa Rural, o programa de rádio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O programa conta com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

O biofertilizante é um adubo orgânico líquido feito com materiais fáceis de serem encontrados e fica pronto em um tempo relativamente curto. É aplicado em via pulverizações nas folhas ou junto com a água de irrigação. Fornece nutrientes essenciais para as plantas e auxiliam no controle de doenças e insetos. Propicia uma resposta mais rápida que os fertilizantes de solo. Utiliza-se na concentração de 2% para mudas e 5% para plantas no campo.

Como Fazer

A parte sólida do biofertilizante também pode ser utilizada para adubação de covas, ou empregada como inóculo para nova compostagem. As etapas de preparo do biofertilizante são:

1) mistura dos ingredientes (terra de mata, composto orgânico ou esterco, farelo de arroz ou algodão, farelo de mamona, farinha de ossos, resíduo de sementes, cinzas, rapadura ou açúcar mascavo, amido de mandioca e água);

2) adição de água em um tambor ou bombona plástica;

3) agitação três vezes ao dia, durante cinco minutos, ou aeração com auxílio de compressor de ar, em intervalos programados de uma hora. Após 08 dias, o biofertilizante pode ser utilizado.

sábado, 25 de agosto de 2018

Fazendo a Compostagem



1) Compostagem e Composto: definição e benefícios

A compostagem é o processo de transformação de materiais grosseiros, como palhada e estrume, em materiais orgânicos utilizáveis na agricultura. Este processo envolve transformações extremamente complexas de natureza bioquímica, promovidas por milhões de microorganismos do solo que têm na matéria orgânica in natura sua fonte de energia, nutrientes minerais e carbono. 
Por essa razão uma pilha de composto não é apenas um monte de lixo orgânico empilhado ou acondicionado em um compartimento. É um modo de fornecer as condições adequadas aos microorganismos para que esses degradem a matéria orgânica e disponibilizem nutrientes para as plantas.

Composto orgânico pronto para ser utilizado na lavoura

Mas, o que é exatamente o composto?

Dito de maneira científica, o composto é o resultado da degradação biológica da matéria orgânica, em presença de oxigênio do ar, sob condições controladas pelo homem. Os produtos do processo de decomposição são: gás carbônico, calor, água e a matéria orgânica "compostada".

O composto possui nutrientes minerais tais como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre que são assimilados em maior quantidade pelas raízes além de ferro, zinco, cobre, manganês, boro e outros que são absorvidos em quantidades menores e, por isto, denominados de micronutrientes. Quanto mais diversificados os materiais com os quais o composto é feito, maior será a variedade de nutrientes que poderá suprir. Os nutrientes do composto, ao contrário do que ocorre com os adubos sintéticos, são liberados lentamente, realizando a tão desejada "adubação de disponibilidade controlada". Em outras, palavras, fornecer composto às plantas é permitir que elas retirem os nutrientes de que precisam de acordo com as suas necessidades ao longo de um tempo maior do que teriam para aproveitar um adubo sintético e altamente solúvel, que é arrastado pelas águas das chuvas.

Outra importante contribuição do composto é que ele melhora a "saúde" do solo.  A matéria orgânica compostada se liga às partículas (areia, limo e argila), formando pequenos grânulos que ajudam na retenção e drenagem da água e melhoram a aeração. Além disso, a presença de matéria orgânica no solo aumenta o número de minhocas, insetos e microorganismos desejáveis, o que reduz a incidência de doenças de plantas.


Cobertura de palha

Na agricultura agroecológica a compostagem tem como objetivo transformar a matéria vegetal muito fibrosa como palhada de cereais, capim já "passado", sabugo de milho, cascas de café e arroz, em dois tipos de composto : um para ser incorporado nos primeiros centímetros de solo e outro para ser lançado sobre o solo, como uma cobertura. Esta cobertura se chama "mulche" e influencia positivamente as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. Dentro os benefícios proporcionados pela existência dessa cobertura morta no solo, destacam-se :

Dentro os benefícios proporcionados pela existência dessa cobertura morta no solo, destacam-se :

-Estímulo ao desenvolvimento das raízes das plantas, que se tornam mais capazes de absorver água e nutrientes do solo.

-Aumento da capacidade de infiltração de água, reduzindo a erosão.

-Mantém estáveis a temperatura e os níveis de acidez do solo (pH).

-Dificulta ou impede a germinação de sementes de plantas invasoras (daninhas).

-Ativa a vida do solo, favorecendo a reprodução de microorganismos benéficos às culturas agrícolas.

Preparar o composto de forma correta significa proporcionar aos organismos responsáveis pela degradação, condições favoráveis de desenvolvimento e reprodução, ou seja, a pilha de composto deve possuir resíduos orgânicos, umidade e oxigênio em condições adequadas.


Muitas pessoas acreditam que um bom composto é difícil de ser feito ou exige um grande espaço para ser produzido; outras acreditam que é sujo e atrai animais indesejáveis. Se for bem feito, nada disto será verdadeiro. Um composto pode ser produzido com pouco esforço e custos mínimos, trazendo grandes benefícios para o solo e as plantas. Mesmo em um pequeno quintal ou varanda, é possível preparar o composto e, desta forma, reduzir a produção de resíduos inclusive nas cidades. Por exemplo, com restos das podas de parques e jardins se produz um excelente composto para ser utilizado em hortas, na produção de mudas, ou para ser comercializado como adubo para plantas ornamentais. Desta forma, são obtidos dois ganhos ao mesmo tempo: com a produção do composto propriamente dita e um benefício indireto que é a redução de gastos de transporte e destinação do lixo orgânico produzido pela comunidade local.

Outro engano muito comum é mandar para a lata do lixo partes dos alimentos que poderiam ir para o prato: folhas de muitas hortaliças (como as da cenoura e da beterraba), talos, cascas e sementes são ricas fontes de fibra e de vitaminas e minerais fundamentais para o bom funcionamento do organismo. O que comprova que a melhoria da saúde tanto de famílias ricas ou pobres pode ser conseguida como medidas simples como o reaproveitamento integral de alimentos, e o desenvolvimento de bons hábitos de vida e nutrição.

Todos os restos de alimentos, estercos animais, aparas de grama, folhas, galhos, restos de culturas agrícolas, enfim, todo o material de origem animal ou vegetal pode entrar na produção do composto.

Contudo, existem alguns materiais que não devem ser usados na compostagem, que são:

-madeira tratada com pesticidas contra cupins ou envernizadas.

-vidro, metal, óleo, tinta, couro, plástico e papel, que além de não serem facilmente degradados pelos microorganismos, podem ser transformados através da reciclagem industrial ou serem reaproveitados em peças de artesanato.

A fabricação do composto imita este processo natural, porém com resultado mais rápido e controlado. A seguir, serão descritos os materiais e as etapas para a elaboração das pilhas de composto numa propriedade rural.

Materiais para fazer o composto

-Esterco de animais.
-Qualquer tipo de plantas, pastos, ervas, cascas, folhas verdes e secas
-Palhas
-Todas as sobras de cozinha que sejam de origem animal ou vegetal: sobras de comida, cascas de ovo, entre outros.
-Qualquer substância que seja parte de animais ou plantas: pêlos, lãs, couros, algas.
Observação: Quanto mais variados e mais picados (fragmentados) os componentes usados, melhor será a qualidade do composto e mais rápido o término do processo de compostagem.

Modo de preparo das pilhas de composto

Escolha do local: deve-se considerar a facilidade de acesso, a disponibilidade de água para molhar as pilhas, o solo deve possuir boa drenagem. Também é desejável montar as pilhas em locais sombreados e protegidos de ventos intensos, para evitar ressecamento.

Iniciar a construção da pilha colocando uma camada de material vegetal seco de aproximadamente 15 a 20 centímetros, com folhas, palhadas, troncos ou galhos picados, para que absorva o excesso de água e permita a circulação de ar.

Terminada a primeira camada, deve-se regá-la com água, evitando encharcamento e, a cada camada montada, deve-se umedecê-la para uma distribuição mais uniforme da água por toda a pilha.

Na segunda camada, deve-se colocar restos de verduras, grama e esterco. Se o esterco for de boi, pode-se colocar 5 centímetros e, se for de galinha, mais concentrado em nitrogênio, um pouco menos.

Novamente, deposita-se uma camada de 15 a 20 cm com material vegetal seco, seguida por outra camada de esterco e assim sucessivamente até que a pilha atinja a altura aproximada de 1,5 metros. A pilha deve Ter a parte superior quase plana para evitar a perda de calor e umidade, tomando-se o cuidado para evitar a formação de "poços de acumulação" das águas das chuvas.

Vale lembrar que durante a compostagem existe toda uma sequência de microorganismos que decompõem a matéria orgânica, até surgir o produto final, o húmus maduro. Todo este processo acontece em etapas, nas quais fungos, bactérias, protozoários, minhocas, besouros, lacraias, formigas e aranhas decompõem as fibras vegetais e tornam os nutrientes presentes na matéria orgânica disponíveis para as plantas.

Além disso, o processo da compostagem traz em si, outros resultados que favorecerão o posterior desenvolvimento das culturas agrícolas no campo, tais como:

Diminuição do teor de fibras do material, o que no caso do composto que será incorporado ao solo evitará o fenômeno da "fixação do nitrogênio", que provoca a falta deste nutriente para a planta.
Destruição do poder de germinação de sementes de plantas invasoras (daninhas) e de organismos causadores de doenças (patógenos).
Degradação de substâncias inibidoras do crescimento vegetal existente na palha in natura (não compostada).








sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Microrganismos: Dando Vida ao Solo



Solo, ao contrário do que imagina a maioria das pessoas, não é apenas terra. No início da formação do planeta não existiam solos, mas sim imensos blocos de pedra e muita água.

Durante milhões de anos, o calor e o frio racharam a pedra; o vento e a água transformaram pedaços quebrados em areia grossa, areia fina e argila. Mas isso ainda não era solo, começou a ser quando apareceu a vida, na forma de microorganismos e depois de seres maiores.

Nascendo, crescendo e morrendo, esses microorganismos adicionaram matéria orgânica à terra, que passou a abrigar cada vez mais organismos. Estes, ao decompor a matéria orgânica, produziam ácidos que alteravam a areia e a argila, criando novas substâncias e transformando aquela massa inerte num corpo complexo e cheio de vida: o solo.

Essas transformações continuam até hoje. Por isso, existe sempre uma rocha embaixo do solo – a rocha-mãe. Não se percebe que o solo está sendo produzido porque o processo é muito lento: para formar apenas um centímetro de solo agrícola são necessários séculos.

De outra parte, os pequenos animais e vegetais do terreno são essenciais para a agricultura. Seu trabalho é variado: os pequenos canais, ou poros, feitos pelas minhocas, formigas, larvas e outros inúmeros insetos, servem para o ar circular e a água e as raízes das plantas penetrarem. 


Além disso, esses animais, ajudados por bactérias e fungos, trituram e decompõem a matéria orgânica, tornando seus nutrientes disponíveis para as raízes das plantas. Fazem mais: fabricam húmus, que torna o solo fofo e armazena água e nutrientes para as plantas. Os microorganismos produzem ainda substâncias que ajudam as culturas a crescer e se defenderem de pragas e doenças.

Em outras palavras, os microorganismos do solo são como uma usina transformadora: decompõem a matéria orgânica, produzindo ácidos que dissolvem os nutrientes do solo como fósforo e potássio. Até mesmo o nitrogênio é retirado do ar por bactérias e dado de graça às plantas pelos nossos "amigos invisíveis". Porém, para que tudo isso aconteça, é preciso que exista a matéria orgânica no chão na forma de "mulche" (cobertura morta).

São importantes para uma boa relação solo-planta

 Os microrganismos presentes no solo possuem funções fundamentais para a manutenção da fertilidade no solo e para o crescimento de plantas saudáveis. A parte viva e mais ativa da matéria orgânica é constituída, em sua maioria, pelos microrganismos; sem eles, o solo seria uma composição de areia, silte e argila.

 Segundo Alan Borges, gerente de desenvolvimento da Fertiláqua, um único grama de solo possui mais de 10 mil espécies diferentes de microrganismos, cerca de um bilhão de bactérias, um milhão de actinomicetos e 100 mil fungos, além de quantidades significativas de protozoários e algas. “É enorme a lista de processos em que os microrganismos atuam e quanto mais eles existirem, mais produtivo será o solo”, afirma.

 O conjunto de grupos de microrganismos, com seus genomas e interações em um determinado ambiente é chamado de microbioma. Quando em equilíbrio, torna-se uma forte defesa contra doenças e outras fontes de estresse para as plantas; além de disponibilizar grandes quantidades de nutrientes vitais, elevando os patamares de produtividade.

 É por meio da conversão (fixação) do nitrogênio atmosférico em compostos nitrogenados – que são utilizados pelas plantas na síntese de proteína – que os microrganismos aumentam a fertilidade do solo. Nesse processo, as substâncias orgânicas são convertidas em compostos inorgânicos, tornando-os úteis para os vegetais. “Em resumo, são as reações bioquímicas realizadas que fertilizam o solo pelo fornecimento de nutrientes”, explica o gerente.

 Na cultura de cana-de-açúcar, tem se observado nos últimos anos a presença de microbiomas desequilibrados, principalmente devido à intensa mecanização, ausência de rotação de culturas, diversas aplicações de defensivos agrícolas e excesso de adubação mineral.

 Isso foi possível ser monitorado por meio de laboratórios de microbiologia de solo que fazem análises de atividades enzimáticas, bem como de DNA e RNA do solo, possibilitando diagnosticar a saúde do microbioma.

 Desenvolvida especificamente para atuar no processo de revitalização do solo de áreas de cana-de-açúcar, a Linha Longevus da Fertiláqua conta com dois produtos – Longevus Soca e Longevus Planta – que apresentam em sua composição ácidos orgânicos, aminoácidos e nutrientes.

 As substâncias húmicas (ácidos orgânicos) atuam diretamente na biologia do solo, tratando-se de uma fonte energética (carbono orgânico) para os microrganismos. Quanto maior for o teor de carbono orgânico de um material, maior será a fonte nutricional para a atividade microbiológica e maiores serão os benefícios.
 Além de melhorar a qualidade no solo, a nova linha tem como objetivo apresentar maior produtividade e ampliar número de cortes.

As práticas agrícolas modernas transformam o solo em uma espécie de fábrica de plantas. Mas chega uma hora em que o próprio agricultor reconhece que o solo está “cansado”.

Isso ocorre porque ele está perdendo sua vida, ou seja, virou uma máquina de produção. Diante dessa situação, se torna necessário toneladas de adubos para compensar. E, invariavelmente, as plantas desse solo adoecerão mais facilmente. Existe uma vida microbiológica que está morrendo nesse solo.

No post de hoje, veja por que é importante ativar a vida microbiológica do solo.

O solo vivo
O solo não é apenas uma mistura de componentes físicos (areia, silte e argila). Se assim fosse, as plantas ali não conseguiriam se desenvolver.

Pelo contrário, o solo tem vida, e uma vida muito ativa. Milhões de microrganismos povoam o solo: são bactérias, fungos, líquens, algas, ou seja, a lista é imensa.

Além desses microrganismos, ainda existem os insetos, os vermes, os moluscos, as raízes das plantas, etc. Todo esse conjunto compõe a vida do solo.

E essa vida é muito importante para todos esses seres que têm sua existência no solo. Todos são interdependentes, mas, ao mesmo tempo, como se fosse uma única vida. Por essa razão, se fala em vida do solo e por isso se diz que ele é vivo.

Toda essa vida do solo, no entanto, precisa ter condições adequadas para manter-se. Nem sempre a agricultura tecnológica moderna garante a existência dessas condições que, na verdade, resumem-se em três componentes:

matéria orgânica;

umidade;

aeração.

Matéria orgânica
A matéria orgânica é o componente mais importante para a vida desse solo. Com ela os seres que ali vivem dispõem de alimento e de substrato (os microrganismos crescem sobre a matéria orgânica). Sua presença no solo retarda o seu ressecamento, pois ajuda a segurar a umidade.

Além disso, a matéria orgânica melhora a qualidade do próprio solo, fornecendo nutrientes e criando uma estrutura adequada para o desenvolvimento das plantas.

Umidade
A umidade é a água disponível no solo. Como toda a vida depende da água, a umidade do solo, portanto, precisa ser mantida a qualquer custo, ou a vida presente nele acabará.

Aeração
A aeração do solo é a condição de conter ar para a sobrevivência dos microrganismos que ali vivem. Ela resulta da não compactação do solo.

O solo de uma floresta, por exemplo, é um solo extremamente vivo e aerado. As raízes das plantas, os insetos, as minhocas e outros animais que se deslocam pelo solo constroem essa permanente condição de aeração.

Por outro lado, as máquinas agrícolas, quanto mais transitarem pelo solo, mais compacto ele ficará reduzindo a aeração do solo.

O que é a ativação microbiológica do solo
A retirada das florestas elimina toda a fonte de vida dos solos. Quando o agricultor pretende utilizá-lo para cultivar sua lavoura, precisa recuperar as condições que permitem a vida do solo, ou suas plantas não conseguirão dar o melhor de si.

A ativação microbiológica é justamente o resgate das condições de matéria orgânica, umidade e aeração, juntamente com o retorno dos microrganismos que estão quase desaparecidos (mas estão lá, embora em número muito pequeno).

Desse modo, incorporar matéria orgânica no solo, revolvê-lo para aumentar sua aeração e criar condições de umidade são atividades que reativam a vida do solo. Essas novas condições permitem que os microrganismos se multipliquem, se desenvolvam e criem eles próprios as condições para outros também se desenvolverem — existem produtos de biotecnologia auxiliam na reativação microbiológica do solo.

Importância da ativação microbiológica do solo
Agora ficou fácil entender porque é preciso ativar a vida microbiológica do solo: porque um solo vivo é o ambiente propício para que as plantas que serão cultivadas possam dar o melhor de si.

Um solo vivo é um solo rico, que segura a umidade e dispõe dos nutrientes que as plantas precisam para suas raízes se alimentarem. Além disso, um solo vivo e sadio não precisa de tanto fertilizante, trazendo economia para o agricultor.






sábado, 14 de julho de 2018

Manutenção e Cuidados com o Composto Orgânico



Manutenção e cuidados com o composto

Durante os primeiros dias, em função da decomposição da matéria orgânica e do acamamento do material, a pilha pode ter seu volume reduzido até um terço do inicial, tornando as camadas inferiores mais densas. Para descompactar essa camada, recomenda-se fazer o revolvimento da pilha, usando pás e enxadas.
Cabe lembrar que o revolvimento manual da pilha dá trabalho e deve ser feito de acordo com a disponibilidade de mão-de-obra do local. O ideal é que sejam feitos pelo menos três revolvimentos no primeiro mês de compostagem, aos 7, 17 e 30 dias, aproximadamente. Nessas datas, deve-se aproveitar para verificar a umidade da pilha e, caso seja necessário, irrigar o material para torná-lo úmido mas não encharcado.
É importante manter sempre a umidade adequada, entre 40% e 60%, ou seja, de modo que quando aperte um punhado composto na mão pingue, mas não escorra água. No período sem chuvas, deve-se cuidar para que não seque, regando por cima, cada dia um pouco. Se ocorrerem chuvas fortes e por um longo período, é bom cobrir o composto enquanto chove com plásticos seguros por tijolos ou pedras. O reviramento da pilha faz perder o excesso de umidade.
No verão, se o composto estiver a pleno sol, é bom cobri-lo com folhagens para evitar o excesso de evaporação de água.
Uma vez que a pilha de composto foi montada, não se deve acrescentar novos materiais. Pode-se começar a juntá-los novamente no lugar destinado a fazer as próximas pilhas de composto.
Se o material colocado na pilha estiver dentro das proporções corretas, se as demais condições de umidade, temperatura e aeração forem atendidas e houver os revolvimentos periódicos da pilha, o composto estará pronto para uso em um prazo que varia de 60 a 90 dias. 
Uma vez pronto, ou seja, quando o composto estiver maduro, ele não deve ficar exposto à ação do tempo. Enquanto não for utilizado, deve permanecer umedecido e protegido do sol e da chuva.




Verificando a maturidade do composto

Quando o composto for destinado para enchimento de covas de árvores, vasos de flores ou no preparo de canteiros para hortas, deve-se ter a certeza de que o material está realmente curtido, maduro, ou seja, pronto para o uso.
O composto maduro tem um cheiro agradável de terra vegetal úmida (terra de floresta) e os materiais usados formam uma massa escura na qual não se diferencia um material do outro. Numa pilha, quando a temperatura no interior da mesma fica próxima ao da temperatura ambiente (composto "frio" por dentro, num perído de 60 a 90 dias após o início do processo), pode-se considerar que o composto está maduro. Uma forma simples de se verificar a maturação do composto é misturando uma porção dele em um copo de água. Vai ocorrer um desses fenômenos
Uma forma simples de se verificar a maturação do composto é misturando uma porção dele em um copo de água. Vai ocorrer um desses fenômenos
O líquido, após revolvido, fica escuro como se fosse uma tinta preta e tem partículas em suspensão, mostrando que o composto está curado, pronto para uso.
A água não foi colorida pelo material colocado e ele se depositou no fundo do copo, indicando que o processo de compostagem ainda não terminou e deve-se esperar mais para se utilizar o composto.









sexta-feira, 29 de junho de 2018

O que é agricultura orgânica



O que é agricultura orgânica

Sistema de produção que tem por objetivo preservar a saúde do meio ambiente, a biodiversidade, os ciclos e as atividades biológicas do solo.
Uma das questões que a distingue da agricultura tradicional é a não utilização de agrotóxicos
A agricultura orgânica enfatiza o uso e a prática de manejo em oposição ao uso de elementos estranhos ao meio rural. Exclui, portanto, o uso de fertilizantes sintéticos de alta solubilidade e agrotóxicos, além de reguladores de crescimento e aditivos sintéticos para a alimentação animal. 

Nesta prática agrícola está contemplada a preocupação com a saúde dos seres humanos, dos animais e das plantas. Entende-se que seres humanos saudáveis são frutos de solos equilibrados e biologicamente ativos, implicando adoção de técnicas integradoras e apostando na diversidade de culturas.  
No Brasil 
O Brasil está se consolidando a cada vez mais como um grande produtor e exportador de alimentos orgânicos. Como fornecedor é o sétimo colocado no Mercado Comum Europeu. Atualmente são produzidas 300 mil toneladas de orgânicos por ano, movimentando um mercado de aproximadamente US$ 70 milhões. Já existem no país cerca de 15 mil propriedades certificadas e em processo de transição - setenta por cento delas pertencem a agricultores familiares. 
O Brasil responde por 3,77% do consumo mundial, com cerca de US$ 100 milhões por ano, e vem experimentando um bom crescimento médio anual de mercado em torno de 30%, acima dos índices europeus que está na ordem de 15 a 20%. 
O apoio à produção orgânica está presente em diversas ações do governo brasileiro, que oferece linhas de financiamento especiais para o setor e incentiva projetos de transição de lavouras tradicionais para a produção orgânica. 
Produção 
A consolidação da agricultura orgânica no Brasil representa um aumento na oferta de produtos reconhecidos por instituições certificadoras e outros segmentos aptos a disputarem os competitivos mercados internacionais. 
A importância que a produção orgânica vem assumindo no mercado de alimentos exige que procedimentos regulamentares sejam estabelecidos de forma a assegurar aos componentes da cadeia produtiva a transparência nas trocas. 
Nos últimos dez anos, governos e sociedades de diversos países, inclusive o Brasil, tem discutido o papel do Estado na produção, distribuição e consumo dos produtos orgânicos. O assunto envolve questões de políticas publicas particularmente àquelas ligadas aos procedimentos de regulamentação.  
A legislação brasileira para produtos alimentícios, dispõe da Lei 10.831, assinada pelo Presidente da República em 23/12/2003 que dispõe sobre a agricultura orgânica, Lei que já se encontra em fase final de regulamentação. 
Este procedimento é importante porque é o que vai oferecer elementos para que o mercado, de maneira geral possa ter a garantia de que está adquirindo um item que obedece às normas legais  estabelecidas para o produto orgânico. 
Condições da economia e tendências do setor 
O Brasil está se consolidando a cada vez mais como um grande produtor e exportador de alimentos orgânicos. como fornecedor é o  sétimo colocado no mercado comum europeu. atualmente são produzidas 300 mil toneladas de orgânicos por ano, movimentando um mercado de aproximadamente us$ 70 milhões. ja existem no país cerca de 15 mil propriedades certificadas e em processo de transição - setenta por cento delas pertencem a agricultores familiares. 
O Brasil responde por 3,77% do consumo mundial, com cerca de us$ 100 milhões por ano, e vem experimentando um bom crescimento médio anual de mercado em torno de 30%, acima dos índices europeus que está na ordem de 15 a 20%. 
O apoio à produção orgânica está presente em ações do governo brasileiro, que oferece linhas de financiamento especiais para o setor e incentiva projetos de transição de lavouras tradicionais para a produção orgânica. 
No entanto, se considerarmos o cenário mundial de aumento da demanda de alimentos, notadamente proteínas animais e insumos para a sua produção, as perspectivas serão altamente  favoráveis para o aumento da participação brasileira sobretudo nos mercados de frutas tropicais, carnes em geral e outros produtos básicos. 
Entre os atributos de qualidade, cada vez mais os produtos  relacionados à preservação da saúde ganham força. Emergem também atributos de qualidade ambiental dos processos produtivos, em especial aqueles relacionados à proteção dos mananciais e da biodiversidade.  Como decorrência, crescem as demandas por processos de certificação de qualidade e sócio ambiental para atender a rastreabilidade do produto e dos respectivos sistemas produtivos a partir de movimentos induzidos pelos consumidores. 
Baseados na preferência do consumidor começa a existir grandes oportunidade para novos produtos não tradicionais, principalmente aqueles voltados para exportação e para nichos de consumo emergentes no mercado interno. 
Os números são expressivos, mas mesmo considerando o rápido crescimento dos últimos anos, o segmento de alimentos orgânicos ainda pode ser considerado como um nicho de mercado. As vendas de orgânicos representam apenas uma pequena parcela do total de alimentos vendidos, não mais que 3 a 4%. Os dados indicam que existe um potencial enorme de crescimento para este setor em todo o mundo.Os desafios da produção orgânica estão na ampliação do que ainda é considerado "nicho", não passando de 1% a 2% do mercado de alimentos. Os recentes estudos concluem que o crescimento de produtos ocorre principalmente em países industrializados. Neste sentido, o desafio é desenvolver mercados locais, sobretudo em países considerados "em desenvolvimento".


Agricultura Orgânica é um processo produtivo comprometido com a organicidade e sanidade da produção de alimentos vivos para garantir a saúde dos seres humanos, razão pela qual usa e desenvolve tecnologias apropriadas à realidade local de solo, topografia, clima, água, radiações e biodiversidade própria de cada contexto, mantendo a harmonia de todos esses elementos entre si e com os seres humanos.


Esse modo de produção assegura o fornecimento de alimentos orgânicos saudáveis, mais saborosos e de maior durabilidade; não utilizando agrotóxicos preserva a qualidade da água usada na irrigação e não polui o solo nem o lençol freático com substâncias químicas tóxicas; por utilizar sistema de manejo mínimo do solo assegura a estrutura e fertilidade dos solos evitando erosões e degradação, contribuindo para promover e restaurar a rica biodiversidade local; por esse conjunto de fatores a agricultura orgânica viabiliza a sustentabilidade da agricultura familiar e amplia a capacidade dos ecossistemas locais em prestar serviços ambientais a toda a comunidade do entorno, contribuindo para reduzir o aquecimento global.

As práticas da agricultura orgânica, assim como as demais sob a denominação de biológica, ecológica, biodinâmica, agroecológica e natural, comprometidas com a sustentabilidade local da espécie humana na terra, implicam em:

Uso da adubação verde com uso de leguminosas fixadoras de nitrogênio atmosférico;
Adubação orgânica com uso de compostagem da matéria orgânica, que pela fermentação elimina microorganismos como fungos e bactérias, eventualmente existentes em estercos de origem animal, desde que provenientes da própria região;
Minhocultura, geradora de húmus com diferentes graus de fertilidade; manejo mínimo e adequado do solo com plantio direto, curvas de níveis e outras para assegurar sua estrutura, fertilidade e porosidade;
Manejo da vegetação nativa, como cobertura morta, rotação de culturas e cultivos protegidos para controle da luminosidade, temperatura, umidade, pluviosidade e intempéries;
uso racional da água de irrigação seja por gotejamento ou demais técnicas econômicas de água contextualizadas na realidade local de topografia, clima, variação climática e hábitos culturais de sua população.








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