google.com, pub-8049697581559549, DIRECT, f08c47fec0942fa0 HORTA E FLORES: Doenças causadas por fungos na Cebola

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Doenças causadas por fungos na Cebola



A cebola pode ser atacada por várias espécies de fungos; somente no Brasil, mais de 25 já foram relatadas. Os fungos são de longe o grupo de patógenos com maior número de espécies atacando a cebola e o ataque pode ocorrer desde a pré emergência até a pós colheita. Algumas espécies merecem destaque, por causarem doenças de elevada importância econômica. Além disso, algumas doenças fúngicas da cebola tem importância mais regional, como a podridão branca, o míldio e a queima de botritis. Outras são importantes em todas as regiões onde a cebola é cultivada, como a antracnose, a mancha púrpura e a raiz rosada. Várias medidas de controle podem ser utilizadas para o controle das doenças fúngicas da cebola e o uso de fungicidas é um item importante no manejo daquelas de parte aérea. Entretanto, aquelas causadas por patógenos de solo devem ser manejadas principalmente através de resistência genética e/ou por medidas preventivas de controle.

Podridão branca

Esta doença é mais importante em locais com temperaturas mais amenas e alta umidade do solo. É causada por Sclerotium cepivorum, um fungo de solo que produz estruturas de resistência (escleródios) que permite sua sobrevivência por longos períodos no solo.

Em lavouras atacadas, inicialmente se observa amarelecimento e morte de plantas. As folhas secam e, quando puxadas, se desprendem do bulbo apodrecido. É comum observar-se um crescimento branco cotonoso na base da planta. Com o tempo, no local de crescimento do fungo, aparecem estruturas redondas e escuras muito pequenas, correspondentes aos escleródios.


Queima-das-pontas

É doença bastante importante para a cebola no Brasil, apesar de sua etiologia ser complexa.

O agente causal da doença pode ser o fungo Botrytis squamosa, apesar de a mesma poder ser causada por outros patógenos e por fatores ambientais (seca, excesso de umidade, oxidação por ozônio, infestação por tripes etc). Baixa temperatura e alta umidade relativa, principalmente a presença de nevoeiro, favorecem a doença.

Os sintomas iniciam com pequenas manchas esbranquiçadas no limbo foliar, com posterior morte progressiva dos ponteiros. As lesões nas folhas geralmente ocorrem quando os bulbos ainda não estão totalmente formados, fazendo com que os mesmos permaneçam pequenos, com os tecidos do pescoço amolecidos.

O mesmo tipo de lesão que ocorre nas folhas também pode ocorrer nas hastes florais. O fungo também pode atacar as mudas na fase de canteiro, causando morte das mesmas.  

Mancha púrpura

É uma das principais doenças da cebola em locais de clima quente (25-30ºC) e úmido. É causada, normalmente, por Alternaria porri (Ellis) Cif., mas também pode ser causada por Stemphylium vesicarium. Os dois fungos também infectam alho, cebolinha e alho porró.

O principal sintoma da doença se manifesta nas folhas que inicialmente apresentam pequenas pontuações brancas e de formato irregular.

Essas pontuações evoluem para manchas elípticas com o centro cor de palha e geralmente com os bordos arroxeados (daí o nome da doença). Em condições de alta umidade, a superfície das lesões fica coberta por anéis concêntricos de coloração marrom a cinza-escura, correspondentes às frutificações do fungo (conídios e conidióforos).

Lavouras muito atacadas podem sofrer drástica redução do tamanho dos bulbos e, consequentemente, redução na produção. Quando as lesões são localizadas no pendão floral, estas podem provocar sua quebra.

Podridão aquosa

A podridão aquosa ocorre principalmente no pseudocaule, e passa a infectar também as escamas e o restante do bulbo. A doença em geral ocorre somente na fase de pós-colheita e raramente no campo durante a fase vegetativa. As escamas afetadas pelo fungo ficam amolecidas com aparência escurecida.

Antracnose

Esta doença pode ser bastante destrutiva em cultivos de verão ou em época chuvosa. É causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides f. sp. cepae.

A doença ocorre desde a fase de sementeira até o armazenamento, sendo favorecida por temperaturas de 23-30ºC e chuvas ou irrigação por aspersão.

Na sementeira causa apodrecimento da base das mudas, resultando em seu amarelecimento, seca das folhas e morte. Quando se tenta arrancar as mudas afetadas as raízes se desprendem do resto da planta.

Em plantas adultas no campo pode haver formação de manchas alongadas, deprimidas e de coloração parda nas folhas; lesões no bulbo e/ou enrolamento das folhas e formação de bulbos charutos em vez de bulbos normais. Na fase de armazenamento pode haver 
podridão de bulbos.

Podridão basal

É doença comum da cebola, tornando-se mais problemática em pós-colheita. A doença é causada por Fusarium oxysporum f. sp. cepae, fungo de solo com grande capacidade de sobrevivência neste ambiente e que pode ser transmitido pela semente.

Alta umidade e temperaturas de 26 a 28ºC são favoráveis à doença. Na fase de sementeira o patógeno pode causar tombamento de mudas. No campo, os sintomas manifestam-se por meio de murcha e morte descendente de folhas.

Na fase de colheita ou posteriormente, já no armazenamento, ocorre podridão na base do bulbo, que degenera o sistema radicular, tornando-se depois seca e com endurecimento dos tecidos afetados.

Em condições de alta umidade relativa do ar observa-se a presença de micélio cotonoso de coloração branca a rosada, na região afetada. Quando se corta o bulbo, longitudinalmente, na região basal afetada nota-se uma podridão semi-aquosa que avança desta região para a parte superior.

A podridão basal pode ou não estar associada com a incidência da raiz-rosada, causada pelo fungo Pyrenochaeta terrestris.

Raízes rosadas

Esta doença ocorre em praticamente todas as regiões produtoras de cebola do país. Pode ser bastante prejudicial à lavoura, se as condições ambientais lhe forem favoráveis. Os agentes causais da doença no Brasil são os fungos de solo Pyrenochaeta terrestris e Fusarium spp.

Os sintomas podem ser observados nas plantas em qualquer estádio de desenvolvimento, mas ficam mais aparentes na época de maturação.

As raízes inicialmente apresentam coloração rosada, com o tempo vão mudando para púrpura, parda e preta, dependendo da severidade da doença e da época de infecção.

Em condições muito favoráveis, que correspondem a temperaturas de 24-28ºC e alta umidade do solo por um longo período, observa-se podridão completa das raízes. As raízes apodrecidas são facilmente invadidas por outros microrganismos, o que dificulta o isolamento de P. terrestres e a diagnose correta da doença.


Mofo preto

O principal sintoma é a presença de partes escuras, que são o micélio e os esporos do fungo, nas partes externas dos bulbos, ou em seu interior, entre as escamas.

À medida que a doença progride, o fungo pode afetar todo o bulbo, com todas as escamas infectadas e o bulbo torna-se murcho e enrugado. Alguns bulbos podem ter apenas lesões internas, e o fungo também pode estar associado com a incidência de podridão-mole causada pela bactériaPectobacterium (= Erwinia). O fungo depende basicamente de ferimentos para penetrar na hospedeira.

Queima e podridão de Phitophthora

Tem se tornando doença comum na cebola, ocorrendo principalmente em condições de excesso de umidade e sendo muito destrutiva nestas condições. É causada por Phytophthora sp. (provavelmente há mais de uma espécie envolvida).

Os sintomas se caracterizam por queimas foliares que, geralmente, iniciam-se na base das folhas e, à medida que estas vão crescendo, deslocam-se para o centro e a ponta das mesmas. Geralmente há estrangulamento e morte da folha afetada. Também pode haver apodrecimento de bulbos.

Míldio

Esta doença é muito importante em regiões com temperaturas mais amenas e alta umidade do ar. É causada pelo oomiceto Peronospora destructor. Temperaturas amenas (entre 12 e 21ºC) e alta umidade relativa (acima de 80%) favorecem a ocorrência de epidemias da doença.

Os sintomas iniciam-se com uma descoloração nas folhas que evolui para uma mancha alongada no sentido do comprimento da folha. Em condições de alta umidade, um crescimento acinzentado, correspondente às estruturas do patógeno, desenvolve-se sobre estas lesões. Com o avanço da doença, hastes florais e folhas podem quebrar e/ou secar.


Ferrugem

Esta doença é mais comum no alho, mas pode causar algum dano à cebola em condições de temperaturas amenas e alta umidade relativa. É causada pelo fungo Puccinia alli.

Os sintomas ocorrem nas folhas e iniciam-se com pequenas pústulas elípticas, a princípio recobertas pela cutícula. As urédias (pústulas) são amareladas e salientes na folha. Com o rompimento da cutícula, uma massa pulverulenta, de cor amarela, constituída de esporos do fungo, é exposta.

Numa fase mais adiantada da doença, a massa de esporos torna-se castanho-escura ou preta devido à presença de teliosporos. Nesta fase, a planta apresenta-se com folhas secas e depauperada e a produção já está comprometida, devido ao pequeno tamanho dos bulbos produzidos.

Oídio

Controle

O controle das doenças fúngicas da cebola deve ser feito de forma integrada, isto é, pela adoção de várias medidas preventivas que visam a reduzir a intensidade do seu ataque, como por exemplo:

usar semente de boa qualidade, adquirida de firmas idôneas;
fazer rotação de culturas. Nunca plantar cebola no mesmo campo por mais de dois anos consecutivos;
como muitas doenças da cebola são comuns ao alho, não plantar uma cultura em sucessão a outra;
irrigar de forma correta, com água de boa qualidade, não aplicando excesso de água ou provocando empoçamentos;
quando possível, plantar cultivares resistentes às doenças;
pulverizar a cultura com fungicidas recomendados e registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), quando as condições climáticas forem favoráveis à doença, principalmente sob alta umidade relativa do ar.
As medidas de controle mais eficazes das podridões da cebola são associadas à redução de ferimentos e da umidade do ambiente, seja no campo, em especial no final do ciclo, ou no armazenamento e transporte.

Durante o cultivo, a irrigação por sulcos é mais adequada, pois a irrigação por aspersão favorece a disseminação da bactéria e a infecção. Se feita por aspersão, a irrigação deve ser controlada no final do ciclo e interrompida no momento adequado.

A época de colheita, que deve ser realizada em clima seco e após o estalo, é importante para reduzir a chance de entrada da bactéria. Cultivares com pescoço grosso e estalo desuniforme, bem como adubações desbalanceadas - em especial com excesso de nitrogênio, favorecem a infecção e, portanto, devem ser evitadas, principalmente quando a colheita coincide com período chuvoso.

A aplicação de fungicida à base de cobre no final do ciclo, quando ocorrer condição de ferimento, de alta umidade ou estalo desuniforme, é uma medida auxiliar para proteger os bulbos de infecção.

A secagem artificial dos bulbos antes do armazenamento e transporte é recomendada no caso de colheita de bulbos molhados. O armazenamento e o transporte devem ser feitos em ambientes ventilados


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